Mãos Vazias
Bom dia, caros leitores! Que estejam todos bem!
Pensando cá com meus botões sobre a quantidade de situações difíceis que temos visto no planeta – destruição da Mãe Natureza, catástrofes naturais, crimes bárbaros, fake news, guerras e tantas outras coisas mais, me perguntei: como podemos colaborar para mudar um tal estado de coisas?
A princípio, pareceu-me quase impossível. Mas, não perco nunca a esperança do melhor acontecer.
Hoje, embora os noticiários só veiculem as tragédias e o que está mal, destruído, muitas coisas boas já são realidade ou estão em vias de melhorar. Poderíamos pensar no número imenso de ONGs voltadas a ajudar quem sofre dramaticamente como Médicos sem Fronteiras, ACNUR, Cruz Vermelha etc, só para citar três das mundialmente conhecidas e cujo objetivo final é diminuir o sofrimento humano.
Embora não pareça, a consciência ecológica que temos hoje não se compara à que tínhamos há 10, 15 anos. Mesmo que nem todo prédio recicle seu lixo ainda, é raro quem não saiba o que significa reciclar lixo e a importância disso. Há quem viva da reciclagem.
Outro exemplo cada vez mais usado e difundido é o método conhecido como CNV ou Comunicação Não Violenta (formalizado e difundido por Marshall Rosemberg), uma proposta maravilhosa cujo objetivo é o entendimento mútuo para melhorar a qualidade das relações. Segundo este método, é fundamental tentarmos entender como aquele que se comunica conosco percebe e compreende as situações e o que falamos, em outras palavras, convida-nos a sermos mais empáticos, a analisarmos a dor do nosso interlocutor buscando perceber o que o motiva a agir de determinada maneira, quais seus sentimentos e necessidades ali presentes. Isto permite que as conversas sejam mais racionais e não baseadas no que achamos, entendemos ou sentimos como certo. As chances de se chegar a um consenso aumentam muitíssimo!
E é a esta capacidade empática que me refiro quando uso o termo mãos vazias. Sempre que vamos para uma situação de conflito de ideias, opiniões, pontos de vista sem as mãos vazias, ou seja, sem pensarmos que se não for como queremos não terá conversa porque sabemos mais ou melhor que o outro, que nossa opinião é mais esclarecida e por aí vai, sem considerarmos que o outro tem suas razões e que tentar compreende-las pode render bons resultados para os dois lados, sem este tipo de postura é como se tivéssemos as mão cheias de pedras para atirarmos ao primeiro sinal de divergência.
Mergulhados em preconcepções, em certezas absolutas, as chances de se fazer paz são muito pequenas. Mãos vazias é o mesmo que coração limpo, sincero, de boa vontade.
Guerras começam porque o diálogo falhou, porque as acusações se fizeram dominantes, porque faltou a postura empática, a tentativa de compreender de onde vem ou o que explica a fala e a postura do outro e tentar achar uma solução que agrade ambos os lados. Comunicação não violenta reforça a postura ética, de valores de Vida!
E você, caro leitor, tem tido suas mãos vazias ou elas andam abarrotadas de pedras?
A paz é a gente que faz, seja na família, no trabalho, entre nações!
E aí?! Como lhe parece assumir-se como agente de mudanças para se fazer a paz, esvaziando as mãos?!
Paz e Bem aos que tem as mãos vazias e o coração em paz!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.