Justo a mim coube ser eu...
Bom dia, caro leitor!
Semana passada, recebi um quadrinho da
Mafalda que dizia a frase do título da coluna de hoje: “justo a mim coube ser
eu”. A frase não tinha uma conotação positiva, tanto que a Mafalda estava com
uma carinha de decepção ou algo assim.
Isto me remeteu a inúmeros relatos que já
ouvi em meu consultório sobre a dificuldade das pessoas em se apaziguarem
consigo mesmas por serem de um jeito ou de outro, ou pior, por não serem de um
determinado jeito ou de outro!
Nossas criações mentais a respeito de como
deveríamos ser, de como é o jeito ideal de sermos é uma questão muito séria e
que merece de nossa parte, de cada um de nós, alguma reflexão.
A não aceitação de si mesmo gera conflitos
internos muito grandes e, consequentemente, externos também! Uma pessoa que não
se aceita costuma se defender o tempo todo, pois tem medo de ser criticada, não
aceita. São aquelas pessoas que não se permitem errar e, quando isto acontece,
ou não assumem ou se criticam de forma quase irracional.
Além disso, quem não se aceita, não sente
estima por si mesmo, tende a desenvolver sentimentos de culpa com muito mais
facilidade. A culpa é fruto do não se permitir não dar conta, ou errar, ou
simplesmente, não saber. É como se a pessoa se cobrasse o tempo todo a respeito
de suas próprias condutas. Como não vi? Como falei desse jeito? Por que não
falei? Como não consegui? E assim por diante!
Nem sempre quem se sente culpado assume
que se sente assim. Porque qualquer coisa que possa lembrar ao outro algum tipo
de deslize ou “fracasso” dessa pessoa, pode significar para ela a possibilidade
de ser criticado, e ser criticado é confirmar, na cabeça dela, que ela não tem
valor.
O segredo não está em sermos exatamente
como somos e pronto! “Coube a mim ser eu” pode significar que me coube a
responsabilidade de observar até “onde” posso ir, quais (meus) potenciais a
desenvolver, quais habilidades já tenho e quais quero desenvolver, qual
contribuição posso dar ao mundo e talvez, a pergunta que mais me agrada nessa
reflexão: qual é a minha melhor versão
de mim mesma(o)?!
Que possamos olhar para nós de uma
perspectiva curiosa, de quem quer saber mais, compreender mais este universo de
sentimentos e pensamentos que nos habitam, de sensações incríveis e reveladoras
que nos caracterizam e poder comemorar sermos quem somos! Com todos os projetos
de melhoria que ainda possam existir por fazer!
Justo a mim coube ser a Bia, o José, a
Maria, o Paulo, a Isabel, seja lá quem mais vier! Todos nós somos universos de
infinitas possibilidades de amor, paz, alegria e muitas, mas muitas outras
coisas que cada um de nós decidir ser!
Seja você e se trabalhe para concretizar
sua melhor versão de si mesma(o)! Garanto que este projeto será uma grande
revelação, prazerosa e surpreendente!
Paz e Bem a todos os que ousam ser quem
verdadeiramente são!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.