Domitila de Castro do Canto e Melo, a Marquesa de Santos: 


Nascida na cidade de São Paulo em 27 de dezembro de 1797, Domitila de Castro do Canto e Melo, Titília para os familiares, era a sétima e penúltima filha do casal João de Castro Canto e Melo, militar açoriano, e Escolástica Bonifácia de Toledo Ribas. Por pai, descendia da nobreza lusitana; pela mãe, das primeiras famílias paulistas.


Titília casou-se em São Paulo, aos 15 anos, com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça (1789-1833), de proeminente família mineira dona de lavras de ouro, e mudou-se para Vila Rica. O casamento durou de 1813 a 1819 e gerou três filhos. Violento, Felício tentou matar a esposa e foi preso e teve início a separação e a briga pela guarda dos filhos.


O então príncipe regente d. Pedro (1798-1834) chegou a São Paulo em agosto de 1822, acompanhado do irmão caçula de Domitila, o alferes Francisco de Castro (1799-1868), que lhe apresentou a família. O príncipe era casado desde 1817 com a arquiduquesa austríaca Leopoldina de Habsburgo (1797-1826). O relacionamento entre d. Pedro e Domitila teve início em 29 de agosto de 1822 e terminou definitivamente em 1829. Tiveram 5 filhos, somente Isabel Maria e Maria Isabel chegaram a vida adulta

No início de 1833 Domitila envolveu-se com o então presidente da Província de São Paulo, Rafael Tobias de Aguiar, riquíssimo sorocabano. O relacionamento foi oficializado somente em 1842 em Sorocaba, durante a Revolução Liberal. Ela e Tobias ficaram juntos por 24 anos, até a morte dele, em 1857. Tiveram seis filhos: Rafael, João, Antônio, Brasílico, Gertrudes e Heitor.

Sempre lembrada por seu caso de amor com Pedro I, é esquecida quanto ao seu envolvimento nas questões nacionais. Na corte, doara, como “brasileira, e brasileira paulista”, grande quantia à Guerra da Cisplatina (1825-1828). Quarenta anos depois, durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), abrigou em sua fazenda a tropa que marchava para Mato Grosso, presenteando soldados e oficiais com dinheiro. Foi uma das pessoas que ajudou a Santa Casa de Misericórdia a ter a sua primeira sede própria. Doou dinheiro para a construção da capela do Cemitério da Consolação. Morreu em 3 de novembro de 1867 aos 69 anos.

Fonte: História do Brasil.


             Júnior Sá.

Colunista e Historiador.

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