Quando uma história vale mais que mil
palavras!
Bom dia, caro leitor! Saúde e paz para todos!
Hoje me deu vontade de contar uma história, a história de Fernando.
Fernando era um jovem tímido. Gostava de estudar e ficar lendo em seu
quarto.
Apesar de ter nascido numa família com recursos e que desejava que ele
se casasse com alguma bela jovem da alta sociedade, da qual também sua família
fazia parte, Fernando começa a se sentir atraído pelo transcendente. As coisas
espirituais e religiosas exerciam uma atração irresistível sobre ele.
E foi assim que, contrariando os desejos de seu pai, Fernando resolve
entrar para um seminário e se torna padre. Anos depois, já sacerdote, Fernando
que agora atendia pelo nome de Antônio, conhece os franciscanos e se encanta
por como aqueles religiosos buscavam viver o amor em tudo o que faziam.
Fernando, agora Antônio, consegue permissão de seu superior e muda para a ordem
franciscana, tornando-se fiel seguidor de São Francisco, o fundador da ordem
franciscana.
São Francisco reconhece a inteligência e as virtudes de Antônio e lhe dá
responsabilidades junto à formação de seus irmãos religiosos.
O mais interessante nesta história é que com o passar dos anos, Antônio
revela-se um inspirado orador – o menino tímido fala maravilhosamente, era
impossível não se sentir magnetizado por suas pregações inteligentes e
amorosas.
Não bastasse isso, Antônio passa a realizar muitos milagres, há inúmeros
relatos dos mesmos, sempre relacionados a situações que envolviam muita fé de
sua parte e de quem pedia sua intercessão, bem como muita justiça envolvida:
Antônio era extremamente comprometido com a verdade! Talvez por isto e por sua
fala sublime e inspirada, sua língua permaneça intacta até hoje, na Basílica de
Santo Antônio em Padova (ou Pádua), cidade italiana perto de onde ele faleceu.
Gosto muito da história de Santo Antônio que, de forma extremamente
simples, relatei acima. E por que falar de Santo Antônio? Primeiro porque hoje
é o dia em que se comemora sua existência, segundo porque ele é o padroeiro de
Piracicaba, sede da Radio responsável por esta coluna e em terceiro e para mim
o mais importante dos motivos, porque Antônio pode ser uma excelente referência
aos jovens de hoje! Explico!
Não se trata de estimular os jovens à vida monástica, nada contra! Mas
principalmente, quando ainda era Fernando de Bulhões, Santo Antônio não teve
medo de ouvir sua alma e ir ao encontro do que lhe fazia sentido: a vida
religiosa. Poderia ser qualquer outra escolha – negociante, marceneiro,
professor..., o importante a frisar aqui é o quanto muitos jovens escolhem a
direção de sua existência comprometidos apenas com o que dizem ser o melhor,
com o que dá dinheiro mais fácil, com o que trará status e não com o que lhes
faz sentido. O aumento de jovens desencantados com a vida, acreditando que ela
não faz sentido está, em muitos casos, relacionado com a falta de ouvirem sua vocação,
aquilo que lá no íntimo querem ser, independente do que digam. Ouvir-se, ouvir à
própria essência, nisto Santo Antônio foi perfeito: decidiu ser religioso mesmo
que não fosse a vontade dos pais e não pensou duas vezes em mudar de ordem
religiosa para que pudesse realizar o que realmente fazia sentido para sua vida
; pregar o amor, viver como São Francisco!
Milagres: dentro de uma perspectiva espiritualista que busca as causas
dos fenômenos ditos espirituais, não existem milagres. Se o que se chama de
milagre acontece, é porque é um fenômeno possível e, portanto, natural. O
difícil é saber como isto acontece, levando muitos cientistas a se debruçarem
sobre tais fenômenos que chamamos milagre. Uma hipótese para os milagres está
na profunda confiança, ou fé se preferirem, que algumas pessoas têm de que algo
é possível e isto faz com que tomem atitudes que facilitam o fato acontecer,
além de movimentarem energias com sua convicção gerando situações nada comuns.
Não temos dimensão do quanto nossa mente é capaz!
O fato é que isto tem a ver com como nos relacionamos com a vida: se de
uma perspectiva apenas materialista e racional ou abertos ao transpessoal ou
transcendente. Antônio se abria ao transcendente com tamanha certeza e pureza
de intenções que acabava se tornando um canal para fenômenos até hoje pouco
explorados pela Ciência oficial. Se algo “sobrenatural” acontece, é porque é
possível. As leis da Natureza não mudam porque alguns querem. Porém, nem sempre
nos damos conta de que tudo tem uma razão de ser e confiar nisso nos ajuda a
sermos protagonistas de nossa história e não apenas dependentes da “sorte”.
Santo Antônio nunca deixou para outro, aquilo que ele mesmo poderia fazer ou ao
menos tentar.
Então, além de pular fogueira, dançar quadrilha e tomar quentão no dia
da Festa do Santo Padroeiro, coisas deliciosas por sinal, convido você a
reservar uns minutinhos e se perguntar: sou fiel a mim mesmo e às minhas
potencialidades? Ouço minha alma?
Fico torcendo para que as respostas sejam SIM!
Viva Santo Antônio! Viva a Vida!
Paz e Bem a todos!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.