Luís Vicente nasceu na capital paulista, em 1849.Era o quinto entre os quinze filhos de Vicente de Sousa Queirós, o Barão de Limeira, e de Francisca de Paula Souza, sua prima. Era neto do brigadeiro Luís António de Sousa Queirós, um dos maiores proprietário de terras da província de São Paulo, conhecido normalmente como "Brigadeiro Luís Antônio", e de Genebra Pais de Barros Leite.
Em 1857, com apenas 8 anos, Luis Vicente foi enviado para estudar na Europa, junto de um de seus irmãos. Permaneceu no continente europeu por 16 anos, tendo cursado as Escolas de Agricultura de Grignon, na França, e a de Zurique, na Suíça alemã. Retornaria ao Brasil em 1873, com 24 anos, tendo herdado do pai a fazenda Engenho d’Água, na antiga Vila de Constituição, hoje a cidade de Piracicaba. No final da década de 1870 trabalhou na construção de seu palacete em estilo parisiense, próximo ao salto do rio Piracicaba, que ele viria a habitar após o casamento com Ermelinda Ottoni (21 de março de 1856 — 7 de abril de 1936), filha do conselheiro e senador do Império, Cristiano Benedito Ottoni e de Bárbara de Barros Ottoni, mas o casal não teve filhos.
Empresário e político, sua primeira iniciativa empresarial foi a tecelagem "Fábrica de Tecidos Santa Francisca", nome dado em homenagem à sua mãe, uma tecelagem de algodão, aproveitando parte das águas do salto do rio Piracicaba como potencial hidráulico para mover suas máquinas, construída em 1874. Com 50 teares importados, a fábrica, logo de início, empregava 70 operários, tendo a capacidade produtiva de 2 400 metros de tecido por dia. Em pouco tempo, com a fazenda fornecendo o algodão e a fábrica produzindo tecidos, alcançou considerável fortuna. O maquinário da usina gerava energia para a fábrica e possibilitou a iluminação pública na região, muito antes da capital paulista. Seu nome também é vinculado às primeiras experiências com telefonia, em 1882, e à arborização na cidade de Piracicaba.
Luis Vicente também era membro do Partido Republicano e presidiu a comissão abolicionista de Piracicaba. Suas ideias de abolir a escravidão em “curto prazo” entraram em choque com a fração conservadora da classe dominante local, já que o modelo de trabalho livre introduzido em sua empresa chocava-se com a velha cultura agrária e escravocrata da época. Entre outros membros do partido também ocorreram atritos semelhantes, em especial entre as duas lideranças republicanas de Piracicaba. De um lado estava Luis Vicente, defensor da abolição imediata do trabalho servil e, do outro, Prudente de Moraes, que era a favor da emancipação gradual e com indenização aos proprietários dos escravizados. Luis foi obrigado a manter guardas permanentes zelando por seu patrimônio, a fábrica de tecidos Santa Francisca e o palacete de residência da família nos dias que anteceram à abolição da escravatura.
Após a abolição, sob o pretexto de uma viagem de férias, Luís Vicente embarcou para a Europa. Ele foi fortemente influenciado pelo ideal europeu de civilização como modelo para a sociedade brasileira, pautada na revolução técnicocientifica de maneira a superar os desafios dos novos tempos. Ao retornar para o Brasil, ele entendia que a civilização tinha que se basear na educação e mobilizou esforços de maneira a introduzir a racionalização científica da agricultura.
Fonte : Wikipédia.
Júnior Sá.
Colunista e Historiador.