Você é, realmente, senhor de si!?!

 

     Bom dia, caro leitor! Saúde e paz a todos nós!

     O assunto de hoje é velho conhecido dos psicólogos, terapeutas, psiquiatras, porém, nem sempre nos observamos com profundidade e é só por isso que este assunto passa desapercebido. Refiro-me a termos real consciência do que é que motiva nossos atos, pensamentos, emoções.

     Na verdade, nossas ações são influenciadas por conteúdos psíquicos que nós nem imaginamos existir ou estarem agindo! Parece um pouco com a criptonita escondida que torna o Super-Homem enfraquecido sem ele compreender muito bem o que está acontecendo, exatamente porque ela está muita próxima dele, mas ele não a vê.

     Pois é, caro, leitor, temos muito pouca consciência do que realmente nos move... Estima-se que temos consciência de apenas 5 a 10% de tudo o que acontece “dentro” de nós, todo o restante, de 90 a 95%, são conteúdos psíquicos inconscientes. Mas o fato de não termos consciência dos mesmos, não os torna menos ativos! Assustador, não lhe parece?!

     Para ficar mais fácil, imagine um imenso iceberg no meio do oceano. A parte que vemos acima do nível da água, 5 a 10% do total do tamanho do iceberg, corresponde ao consciente, àquilo que sabemos que está nos motivando a agir de uma determinada forma ou que provocou certa emoção ou pensamento em nós. Todo o resto do iceberg que está abaixo da linha d’água, corresponde ao nosso inconsciente, a tudo aquilo que nos influencia e que nem imaginamos existir ativo em nós: memórias, medos, crenças, mágoas, desejos, hábitos, fantasias... e um sem-número de questões!

    Talvez você pense: e daí?! E daí que somos dominados por tudo aquilo de que não temos consciência! É como ser manipulado por algo e não perceber, ou estar sendo envenenado por substâncias imperceptíveis colocadas na água que bebemos. Já imaginou o prejuízo que isto pode gerar?!

     A proposta para solucionar isso é o autoconhecimento, algo que se torna cada dia mais fundamental para não nos tornarmos simples marionetes de nós mesmos, dos nossos complexos, medos, crenças limitantes, fantasias inconscientes.

     E o que fazer então?!

     A primeira coisa é nos conscientizarmos, gostemos ou não da ideia, de que não somos tão senhores de nós mesmos como pensávamos! A capacidade humana de reprimir o que lhe incomoda é muito grande. O problema é que aquilo que reprimimos continua agindo sem percebermos e diante de situações que nos lembrem, mesmo de longe, o que vivemos em outro momento, imediatamente reagimos como se estivéssemos diante do antigo problema, e não de acordo com o que realmente está acontecendo neste exato momento. Quantos problemas são gerados porque reagimos emocionalmente e não agimos com consciência a respeito do que estamos sentindo...          

     E para nos conscientizarmos dos 95% de material inconsciente e que determina muitas das nossas ações, podemos fazer algo simples, mas fundamental: nos auto-observarmos! Este é um exercício diário de estarmos atentos a tudo o que pensamos e sentimos, tanto emocionalmente quanto com o próprio corpo. Às vezes, o corpo sinaliza com sensações como dores, tensões, incômodos, nos mostrando que estamos com medo, ansiosos, preocupados, mas como prestamos muito pouca atenção ao nosso corpo, deixamos de ter a oportunidade de nos perguntarmos: “o que será que está me dando esta dorzinha de cabeça (ou taquicardia, enjôo, etc)?”

     Sim, caro leitor, de racionais, no sentido de sermos donos e senhores de nossas ações, temos muito pouco! A boa notícia é que descobrir este imenso pedaço do iceberg que somos nós, nossos conteúdos psíquicos que estão “submersos”, é possível e nem tão complicado assim! A auto-observação traz não apenas autoconsciência, mas principalmente, nos torna capazes de decidirmos de acordo com quem realmente somos, com nossas convicções mais pessoais e não a partir de mágoas, convenções sociais, complexos de inferioridade ou tantas outras coisas que escondemos de nós mesmos, bem lá no fundo do nosso inconsciente.

     Se a auto-observação estiver muito difícil, a terapia é um ótimo recurso para auxiliar a mergulharmos em nós mesmos! Além disso, garanto que você se surpreenderá com o tanto de potenciais internos que você tem para lidar com as dificuldades do dia a dia e que também estão “escondidos” no seu inconsciente, soterrados por crenças, medos, traumas que podem ser acolhidos e resolvidos. E a terapia tem mais uma vantagem: é um mergulho em si mesmo com instrutor!

     Desejo que possamos mergulhar em nós e nos tornarmos livres, conscientemente! Sermos senhores de nossos atos, identificados com nossa essência e sabedoria internas e não com o que nos limita e enrijece em padrões antigos.

     Paz e Bem aos corações que desejam ser livres, verdadeiramente!

 

  Bia Mattos

     Psicóloga CRP 06/29269


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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Isabel - 30/05/2023 17h14
Um texto ajuda/ remédio! Sim minha gente! Nos conhecemos muito pouco! Porém dar passos para chegar mais perto de nós mesmos traz não apenas saúde mental, física e emocional. Traz também bem estar ao mundo porque quanto mais nos conhecemos, melhores pessoas nos tornamos. E, o mundo está precisado de gente que se conhece e aprende a transformar seus conteúdos que não estão assim tão claros, em luz!