Doença acomete pessoas que já
tiveram catapora, principalmente adultos com mais de 50 anos ou
imunocomprometidos
Bolhas, coceiras, ardência e
feridas na pele, além de muita dor. Esses são os sintomas da herpes-zóster,
popularmente conhecida como cobreiro. A doença, causada pelo mesmo vírus da
catapora, atinge pessoas com baixa imunidade e, normalmente, que têm mais de 50
anos.
Para evitar que o agente infeccioso
reapareça na fase adulta, a clínica CdVac disponibiliza, em suas unidades em
Piracicaba e região, vacina para prevenção em duas doses, com intervalo de dois
meses entre as aplicações. A fabricante do imunizante, a britânica GSK, promete
mais de 97% de eficácia para adultos, com 18 anos ou mais, e aqueles que estão
em tratamento de câncer, HIV, lúpus, esclerose múltipla ou que farão
transplantes de medula óssea.
Segundo o diretor técnico da
CdVac, Paulo Falanghe, a vacina contra varicela, aplicada na infância, não
evita que o vírus se desenvolva, mas reduz as chances da criança ter a forma
grave da doença.
“Adultos podem não ter tido
varicela e contato com esse vírus na idade adulta e, mesmo aqueles que tiveram
catapora na infância, é um vírus que não desaparece. Ele fica guardado nos
gânglios neurológicos, estrutura nervosa que fica do lado da medula espinhal”,
diz.
A partir dos 50 anos, por
envelhecimento do sistema imunológico, o vírus deixa de ser contido e
reaparece, como zóster. Ele é transportado ao longo dos nervos periféricos e
produz uma inflamação dos nervos ou neurite aguda.
“Habitualmente, se expressa como
uma infecção viral que acomete uma raiz nervosa, por isso que tem o nome de
cobreiro, porque segue a raiz nervosa e lembra a distribuição de uma
cobra", explica o médico.
Ele revela, ainda, que a
reativação do vírus pode acontecer em uma de cada três pessoas. “Isto se dá
porque o sistema imunológico não consegue mais conter a replicação do vírus e a
pessoa apresenta lesões, muitas vezes no tronco, mas também na face”.
Infecções generalizadas e do
sistema nervoso central não são comuns, mas caso isso ocorra, o problema pode
levar à morte. Mas, o especialista acredita na ciência. “A chegada da vacina é
muito bem vinda porque evitamos complicações que podem ser incapacitantes em
muitos casos, porque a dor é de tal forma aberrante que o indivíduo não
consegue desenvolver suas atividades normais e corriqueiras", finalizou.