A Colonização Portuguesa do Paraná.
No inicio da colonização portuguesa, a região onde se situa hoje o estado do Paraná fazia parte da Capitania de Santo Amaro. Em 1539, o Paraná foi submetido á autoridade da Capitania de São Vicente.
A colonização do litoral paranaense começou na segunda metade do século 16, com um pequeno povoado na ilha de Cotinga, hoje, no município de Paranaguá.
Nos Séculos XVI e XVII, as mais importantes expedições no inteiror atual território do estado do paraná foram iniciativa dos espanhóis, trazendo os padres jesuítas, que fundaram centros de colonização no oeste do Paraná, estado cujo território pertencia em grande parte à coroa Espanhola.
Em 1554, Ontiveros, a uma légua do Salto das Sete Quedas, foi fundada por Domingo Martínez de Irala, Governador do Paraguai. Posteriormente, há três léguas de Ontiveros, foi fundada a Ciudad Real del Guayrá, na foz do Rio Piquiri. Em 1576, os espanhóis fundaram à margem esquerda do rio Paraná, Vila Rica do Espírito Santo. Com três cidades e diversas “reduções” ou “pueblos” a região era à época conhecida como “Provincia Real del Guaira”.
A penetração portuguesa na baía de Paranaguá foi retardada devido à guerra que surgiu entre os portugueses de São Vicente e Rui Mosquera, espanhol aliado dos tupiniquins. Este espanhol, companheiro de Caboto, tomou Iguape com vários de seus patrícios. Atacou a saqueou a vila de São Vicente, auxiliado pelo bacharel de Cananeia. Esse homem era um degredado português na região de Cananeia. Seu verdadeiro nome era Francisco de Chaves. Era simpático aos espanhois e suspeito aos portugueses, cujo rei degredara ao Brasil.
Nos primeiros anos do século XVII, com o descobrimento do ouro em terras paranaenses, os bandeirantes se estabeleceram no território.
Já em 1629, os estabelecimentos dos padres jesuítas, exceto Loreto e Santo Inácio, se encontravam inteiramente destruídos pelos bandeirantes paulistas e, em 1632, Antônio Raposo Tavares, cercou e destruiu Vila Rica, último reduto espanhol eficaz para proporcionar resistência.
No Paraná, uma região aurífera foi descoberta, antes de Minas Gerais. Os colonizadores se estabeleceram tanto na costa como no primeiro planalto paranaense. A principal densidade apareceu primeiramente em Paranaguá, núcleo, por certa época, da sociedade mais meridional da América Portuguesa. Quarenta e quatro anos depois da fundação de Paranaguá (1648), em 1693, Curitiba foi promovida a vila, transformando-se no centro que comandaria a expansão territorial do Paraná.
A Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá foi fundada pelo Marquês de Cascais em 1656.
Depois da segunda metade do século XVIII é que a região começou realmente a ser povoada, e isso aconteceu no rastro do tropeiro. Em 1772, na extensão toda dos Campos Gerais, desde de Itararé, no norte, até a Lapa, no Sul, podíamos somar cerca de 50 fazendas e em torno de 125 sítios que povoavam a região. A estrada das tropas servia como eixo, e ao longo dela destacavam-se como povoações as cidade de Ponta Grossa, Palmeira, Castro, Imbituba e a Lapa.
Sob a base da grande propriedade de terras de campo natural, da criação de gado, do tropeirismo e da invernagem, e do trabalho escravo de índios e negros, caracterizou-se no século XIX, a classe dominante regional, configurada em famílias fazendeiras, vivendo em terras e detendo o poder político local e regional por meio de oligarquias parentais. É nesse período que florescem as cidades dos planaltos paranaenses: Castro, Ponta Grossa, Palmeira, Lapa, Guarapuava, Palmas, todas elas nos roteiros das tropas, fazendas e das invernadas.
O ouro das Minas Gerais foi nos últimos anos do século XVII o ponto alto da colônia. O Brasil era o maior produtor do metal. E isso atingiu o Paraná, agora de forma diferente da exploração do ouro de Paranguá e região. As minas preciosas precisavam em grande escala de bois e cavalos (muares em especial) para transportar o ouro até o Porto do Rio de Janeiro e de lá receber as cargas que importava. E o gado estava nos Pampas. O Caminho de Viamão, atravessava os planaltos dos atuais três estados do sul, e ligava o Rio Grande à São Paulo. Por mais de 100 anos desfilaram por esse caminho tropas e tropeiros. Ele cortava os campos , inclusive Curitiba, que passaram a ter utilidade como postos de recuperação do gado, que chegava extenuado após uma longa jornada. Assim a pecuária passa a dominar a economia regional.
Nessa época planalto adquiri a supremacia econômica e social sobre o litoral.E em 1812 a sede da comarca foi transferida de Paranaguá para Curitiba.
Fonte : A Terra de Santa Cruz.
Júnior Sá
Colunista e Historiador