A história do Barão que dá nome ao Estádio de futebol do Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba . 


Inaugurado no dia 4 de setembro de 1965, ainda inacabado após quase cinco anos de obras, pelo então prefeito municipal Luciano Guidotti, o Estádio Municipal Barão da Serra Negra, denominado por meio da lei 1.365 de novembro de 1965, é a casa do Esporte Clube XV de Novembro de Piracicaba.

O projeto de construção do estádio do XV, que até então mandava seus jogos no extinto Roberto Gomes Pedrosa, foi iniciado efetivamente por meio da lei 368 de 3 de julho de 1953, sancionada pelo prefeito Samuel de Castro Neves. Mas foi outra lei, a de 924 de 24 de novembro de 1960, sancionada pelo prefeito Francisco Salgot Castillon, que autorizou a construção.

A primeira partida disputada no local foi entre o Alvinegro Piracicabano e o Palmeiras, duelo que terminou empatado em 0 a 0, com um público de 15.674 pessoas e renda de Cr$ 19.825.000,00.

O XV de Piracicaba, do técnico Gilson Silva, foi escalado com Sílvio; Virgílio, Pescuma, Dorival e Chiquinho; Bastos e Emílio; Warner, Rodarte, Benê e Sabino.

Na sequência, mais dois jogos contra outros grandes da capital: São Paulo e Corinthians. Contra o Tricolor, mais um empate sem abertura do placar, já contra o Corinthians saíram os primeiros gols, porém a maioria a favor do adversário. Flávio, duas vezes, e Marcos marcaram para o alvinegro da capital, enquanto Pescuma descontou para o XV. Assim, o atacante corinthiano Flávio ficou gravado na história como autor do primeiro gol do Barão.

A torcida piracicabana precisou, portanto, esperar mais um pouco para comemorar a primeira vitória do time do coração em seu novo estádio. E ela veio no dia 26 de setembro do mesmo ano, quando o XV venceu o Comercial por 3 a 1, em peleja válida pelo Campeonato Paulista de 1965. Os tentos quinzistas foram anotados por Chiquinho, Benê e Tabai.

Fonte: Livro oficial do XV de Piracicaba (100 anos – Destemido e Valente) e Centro Cultural Martha Watts

Texto: Mariana Neves e Rosemary Bars

 


No dia 2 de outubro de 1900, morreu Francisco José da Conceição, o Barão de Serra Negra. 


“Na sua fazenda Bom Jardim, do município de Rio das Pedras, faleceu o Coronel Francisco José da Conceição, Barão de Serra Negra. Sofrendo do coração há bastante tempo e conhecendo a proximidade da sua morte, nem assim o velho Barão perdeu o espírito de ‘verve’ .Nasceu em Constituição no primeiro quartel do século XIX .Dedicou-se ao comércio e estabeleceu-se com loja de fazendas na vila .Sério, honrado, ativo, inteligente, granjeou logo bastante aceitação e bens de fortuna. Dedicou-se mais especialmente à lavoura e, em 1868, adquiriu grandes propriedade agrícolas que o tornaram um dos homens mais abastados da Província. Ofereceu hospedagem por duas vezes, em 1877 e depois, ao Conde d´Eu, quando de visita a esta cidade. Foi um dos incorporadores da Cia. de Navegação Fluvial a Vapor e um dos fundadores do Banco de Piracicaba. Manteve-se sempre monarquista. Foi um dos que, em 1854, fundaram a Santa Casa de Misericórdia. A suas expensas, fundou-se o Hospício de Alienados. “Prevendo a morte próxima, o Barão de Serra Negra pediu e conseguiu licença eclesiástica para ser sepultado na capelinha da sua fazenda em Rio das Pedras. Quis um enterro sem pompa e com caixão modesto, dos que se usavam para sepultar indigentes. Em ritmo compassado e fúnebre, as bandas Azarias Mello e Carlos Gomes acompanharam o féretro. O caixão foi carregado, segundo vontade do Barão, pelos seus mais humildes empregados, incluindo ex-escravos. Deixou, por testamento, bens para a Santa Casa, o Hospício Barão de Serra Negra, o Hospital de São Lázaro e para a Matriz de Santo Antônio.

O comércio cerrou as portas, as sociedades locais hastearam bandeira a meio pau. Ao lado do caixão, os representantes da Societá Italiana, gratos pelo apoio que o Barão dera aos migrantes italianos. Caetano e Mateo Carmignani, que já se destacavam em Vila Rezende, ajudaram a carregar o caixão. Eram sinais de pesar e de luto pela morte do benemérito de Piracicaba. Mas luto também por um tempo que ia chegando ao fim, anunciando o Século XX que, também, já se foi.

Fonte : A Província 


Curiosidade : O Estádio é chamado popularmente por : Barão da Serra Negra . Mas através de uma consulta  com a tataraneta do Barão , a senhora Ana Maria Poli Conceição Simão ficou confirmado que o correto é dizer , Barão de Serra Negra . 


            Júnior Sá .  

Colunista  e Historiador .

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