O corpo fala. Você o escuta?!

 

     Bom dia! Que estejam todos com muita saúde!

     Você já parou para perceber que nosso corpo demonstra por meio de doenças, distúrbios, desequilíbrios, nossas dores psíquicas? É sobre isto gostaria de refletir hoje.

     É comum pensarmos no cuidado com o corpo voltado para questões estéticas, muito mais do que como autocuidado, autoconsideração. Raramente percebemos o corpo como instrumento de expressão de nossos conflitos interiores. Quando o corpo adoece, segundo várias abordagens psicológicas e da própria Medicina, é porque o conflito psíquico que gerou aquela patologia física não encontrou solução ou via de expressão que possibilitasse sua solução.

     Dentro desta perspectiva, corpo e psiquismo se entrelaçam e se complementam, um interferindo e regulando o outro o tempo todo. Não há separação entre essas dimensões do humano, ela é apenas didática.

     Um exemplo simples disso é quando temos uma prova, uma entrevista ou alguma situação que nos deixa nervosa, nervoso e sentimos dor de barriga ou dor de estômago, outros terão dor de cabeça, insônia ou tensão muscular com dor! Ou seja, o medo de desempenharmos mal em determinada situação interfere no funcionamento físico e acabamos sentindo alguma dor ou desconforto NO corpo.

     O oposto também acontece. Se estamos com uma enxaqueca bem desagradável que nos impede de trabalhar adequadamente, não é incomum ficarmos ansiosos, temerosos, irritados. Ou seja, um sintoma físico gerando sintomas psíquicos.

     Então, a pergunta que não pode ser esquecida é: como vejo meu corpo? Como cuido do meu corpo? Será que o considero apenas um instrumento de estética, de prazer, de sedução? Ou será que me lembro que além de tudo isso, e muito mais que isso, meu corpo é o que me permite existir nesta dimensão da qual temos tanto medo de deixar? Qual ou quais cuidados tomo para garantir que este valioso, complexo e maravilhoso instrumento funcione no seu máximo melhor possível?

     Temos uma tendência em só cuidar do corpo depois que ele adoece e esquecemos que o corpo fala muitas coisas por meio das sensações que nos traz, por meio dos sintomas que desenvolve: pressão alta pode significar que a vida está “pesada”; sinusite pode nos contar que nossa cabeça está cheia demais – estamos pensando muito, nos preocupando muito; alergias podem sinalizar que o ambiente em que vivemos está difícil de ser aceito, tolerado; artroses podem estar chamando nossa atenção para a forma tensa que levamos a vida, sem leveza; tumores podem estar a nos alertar sobre mágoas que carregamos há tempos...; cálculos renais podem sinalizar que a vida está “tóxica” e que nosso sistema de filtragem de nosso fluído vital, o sangue, está sobrecarregado... Eu poderia ficar listando muitos exemplos do quanto nosso corpo fala conosco para muito além do aspecto físico apenas.

      É muito importante que nos lembremos do corpo como este instrumento maravilhoso que nos alerta sobre nossas questões psíquicas, nossas dores da alma; que nos auxilia a perceber se realmente estamos vivendo ou simplesmente levando a vida!

     A Natureza é lindamente sábia, mas nem sempre nos damos conta disso. Que pena...

     Assim, da próxima vez que algo em seu corpo incomodar, doer, adoecer, pare e pense: o que não estou vendo e que este instrumento ultrassensível, que é meu corpo, está querendo me dizer?!

     Garanto que se você se permitir “ouvir” o que seu corpo fala, você vai não apenas se surpreender, mas rever seu modo de viver.

     Desejo a você saúde plena para que a paz e o bem aconteçam naturalmente em sua vida!

     

      Bia Mattos

     Psicóloga CRP 06/29269


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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Luciana Nascimento - 24/11/2022 11h00
Bia querida, grata por mais essa contribuição! Que pena que ainda essa temática está “longe” de uns e mais próximos de outros é claro. Não há como evitar que essas duas potências (psique e soma) estão entrelaçados!! Delícia de leitura. Um grande beijo.