O ultramaratonista Joilson da
Silva Ferreira, mais conhecido como Jabá, lança nesta quinta-feira, 20 de
outubro, o livro “Um brasileiro no Alasca”, que narra a sua experiência na
Idita Sport 200 milhas, em 2018, prova da qual foi campeão. Em uma das
paisagens mais belas do mundo, o atleta percorreu 320 km, em ambiente hostil ao
ser humano, com temperatura média de 40 graus negativos. Para o jornalista e
autor do livro, Caio Albuquerque, a história do atleta é uma somatória de uma jornada
incrível e muito inspiradora. Em 2023, Jabá participará de um novo desafio, no
Círculo Polar Ártico, com mais de 600 km, sendo o único brasileiro entre
atletas de 20 nacionalidades.
Educador físico, personal
trainer, ultramaratonista e palestrante. Essas são algumas das atuações
profissionais desse incansável baiano, que começou sua história no esporte
ainda menino, quando tinha o sonho de ser atleta. A família não tinha condições
financeiras, o que acabou adiando seus planos, mas ao mudar da sua cidade natal
João Amaro (BA) para Piracicaba (SP), seu destino mudou completamente.
Com garra, força e determinação,
Jabá construiu uma sólida carreira na área que tanto ama: a de educação física,
pois acredita que a saúde é o bem mais precioso que qualquer ser humano pode
ter. Hoje, ele treina mais de 100 alunos por mês, incluindo aulas em academias
e também para seu grupo de corrida, pela Jabá Esportes. Concluiu recentemente
sua segunda especialização, desta vez no renomado hospital Albert Einstein, em
“Atividade física para prevenção, tratamento de doenças e promoção da saúde”. E
aproveita suas experiências para levar motivação e inspiração para um público
diverso em palestras, desde ambientes corporativos até para alunos de escolas
públicas.
“O Caio ouvia minhas histórias e
sempre dizia que daria um livro. E aquele projeto que para mim era bem distante
acabou resultando em um material fantástico. Se alguém dissesse para mim que um
dia teria um livro sobre a minha história eu não acreditaria. Só tenho a agradecer a Deus por todas as
oportunidades. Chego aos meus 50 anos com muita disposição e gana de quebrar
paradigmas, deixando um legado e, se possível, inspirando outras pessoas. Tudo
é possível, desde que haja dedicação, foco e persistência”, disse Jabá.
Para Albuquerque, escrever seu
primeiro livro reportagem sobre uma história tão incrível quanto a do Jabá é
uma honra. “A vida do Jabá daria um livro bem maior e mais completo, mas a
jornada no Alasca é um recorte de uma luta que começou na Bahia, quando ele
ainda menino corria da fome e do preconceito. Meu papel foi traduzir em
palavras o que o Joilson sentiu em cada uma das 200 milhas na neve e isso foi
um exercício desafiador. Além disso, meu texto mostra que jornadas “impossíveis”
como essa do Jabá são realizadas e se traduzem em conquistas a partir de muito
preparo. No caso dessa ultramaratona, exigiu dele e da família muito
planejamento financeiro, logístico e mental”, disse Albuquerque.
Currículo - em mais de três décadas de carreira, Jabá acumula
participação em mais de 200 corridas, sendo a maioria superiores a 42 km. Em
2011 correu sua primeira prova com mais de 200 km, na BR 135 Milhas, e com isso
obteve índice obrigatório para provas de alta performance. Na sequência,
registrou presença no Deserto Vale da Morte, nos EUA, marcando início às suas
provas internacionais. Em 2015, na
Argentina, foram mais 160 km na La Mision, com 8.500 metros de altimetria. No
ano seguinte, o desafio foi no gelo com 217 km na Arrowhead, em Minnesota, nos
EUA. E em 2018, conquistou o título de campeão da Idita Sport 200 milhas, no
Alasca.
Próximo desafio – Jabá já está inscrito na Arctic Ultra 6633, que
será realizada em 23 de fevereiro de 2023. Ele será o único brasileiro ultramaratonista
a participar da prova entre mais de 20 atletas de mais de 10 países diferentes,
na modalidade dos 620 km, cruzando o Círculo Polar Ártico. Os organizadores
destacam que não se trata apenas de uma corrida, mas sim de uma aventura e uma
expedição que termina no Oceano Ártico, das quais os atletas experimentam
algumas das paisagens mais extremas e belas do planeta. Além disso, é
considerada por muitos como a corrida mais difícil, fria e ventosa do planeta,
com uma paisagem congelada do Ártico canadense. São 40 graus negativos e é
preciso muito condicionamento físico e mental para completar o percurso. A
preparação de Jabá teve início em agosto desse ano, com rigoroso acompanhamento
médico, com dieta restrita e suplementação específica. Além de fortalecimento
muscular em academia, o ultramaratonista também alterna treinos de corridas em
ambientes diversos, sendo mais de 200 km percorridos por semana. Até o momento,
seu corpo já atingiu 13% de gordura e a meta é chegar em 6%.