Integração feminino e
masculino: sinônimo de respeito à vida!
Hoje gostaria de partilhar mais uma de
minhas reflexões. Acabamos de passar pelo setembro amarelo, mês de
conscientização sobre o suicídio e estamos no outubro rosa cujo objetivo é a
prevenção do câncer de mama. O que uma coisa tem a ver com a outra???
Talvez muitos respondam que nada. Mas
comecei a pensar que nas duas campanhas, o objetivo é o fortalecimento do valor
da vida! De um lado, o setembro amarelo que nos lembra do número gigantesco de
pessoas que não veem saída para sua própria dor a não ser a de tirar a própria
vida, esquecendo-se de que elas próprias são uma manifestação única da vida! E
por outro, no outubro rosa, temos o convite para o autocuidado das mulheres
através do autoexame das mamas lembrando-nos que merecemos nos cuidar e viver!
Para além do objetivo de preservação da
vida das duas campanhas, temos aí um chamado para um fator talvez pouco
percebido pela maioria de nós: o do aspecto feminino, não enquanto gênero, mas
enquanto energia.
Todos nós temos em nosso corpo e em nosso
psiquismo, o masculino e o feminino. Do ponto de vista físico, homens produzem
hormônios femininos e mulheres produzem hormônios masculinos, como se a Mãe
Natureza quisesse nos lembrar que não há nada que seja absolutamente masculino
ou absolutamente feminino.
Além disso, há homens extremamente sensíveis
e maternais, e mulheres extremamente objetivas e práticas. Poderíamos ficar
dando inumeráveis exemplos dessa integração de aparentes opostos, mas o
importante é pensarmos que há uma energia feminina vinculada ao subjetivo, ao
cuidar, acolher, intuir, ser empático e uma energia masculina vinculada ao
objetivo, racional, ao explorar e expandir, entre outros.
Portanto, todos na essência somos masculino
e feminino, pois homens também cuidam, acolhem, intuem e são empáticos, como
mulheres também são objetivas, racionais, exploram e expandem horizontes os
mais variados (nas Ciências, Artes, etc).
Então, se assim é, por que será que ainda
separamos tanto masculino e feminino? Por que será que o masculino ainda
subjuga o feminino em muitas culturas como a nossa?
A resposta!?! Porque somos uma humanidade
cuja energia e potencial masculinos estão adoecidos no sentido de confundir:
- objetividade com acreditar que
sabe o que é o certo e não com ter foco,
- racionalidade com entender que
ser sensível é ser frágil, fraco,
- explorar com extrair e tirar
vantagens e não com descobrir e revelar,
- expandir com inflar e não com
ampliar.
Poderíamos ficar aqui dando muitos outros
exemplos desse adoecimento da energia masculina nos homens e nas mulheres. Sim,
em todos nós!
Meu convite à reflexão é para que você
pare por alguns instantes e se pergunte: será que respeito a vida como ela é,
um misto de infinitas possibilidades de se manifestar? Ou será que tenho
confundido as coisas?
A pior consequência desse adoecimento do
masculino é a destruição. Destruição de uns pelos outros porque alguns se
acreditam mais importantes ou mais certos que os demais. Destruição da Natureza
pela total insensibilidade ao bom, ao belo que ela encerra e à verdade de que
sem preservação, nossa vida no planeta está em perigo de continuar existindo.
Destruição por total falta de sensibilidade e respeito pela dor alheia.
Destruição por excesso de egocentrismo. Destruição...
Assim, desejo que possamos olhar para
nossas diferenças que permitem que nos completemos uns aos outros e possamos
pensar: o que nos difere é apenas a forma que a Natureza, essa Mãe gentil e
generosa, encontrou de manifestar-se e não de dizer que uma vida vale mais que
a outra!
Paz e Bem a você! Paz e bem ao que é
diferente de você! Paz e Bem a todos sem distinção!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.