A vida é a melhor escolha!

 

     Bom dia! Que estejam todos bem!

     Hoje, gostaria de falar um pouco sobre o setembro amarelo, mês símbolo de combate ao suicídio. Infelizmente, as estatísticas só aumentam, nas mais variadas idades, por isso é fundamental que falemos um pouco sobre isso.

     Mas eu gostaria de falar sobre como temos esquecido de considerar o que acontece antes de alguém pensar em desistir de sua própria vida. Não é verdade que as pessoas queiram acabar consigo mesmas ou fugir da vida. Não, o que as pessoas que pensam em se aniquilar querem é sair da dor que estão sentindo em suas vidas, em seu cotidiano.

     Essa premissa é fundamental de ser compreendida. Num mundo absurdamente interconectado, em que reclamamos da falta de sinal para conseguirmos nos manter plugados, falta comunicação real, olho no olho... Faltam abraços generosos, falta conversa sincera sem medo de ser criticado e julgado, falta nos permitirmos ser exatamente como somos...

     E por que afirmo isso? Porque ninguém que está feliz pensa em tirar a própria vida. Ninguém que se sente pertencendo a um grupo, verdadeiramente, pensa em sair da vida. É um erro imaginarmos que quem fala em se matar está querendo chamar a atenção. Talvez o que ela/ele queira é chamar a atenção para a sua solidão, para a sua carência ou falta de se sentir acolhido em sua singularidade.

     Quem se sente confortável por ser exatamente como é não pensa em se destruir. Até chegar a este tipo de pensamento, saiba: esta pessoa já pensou muitas e muitas vezes em como fazer para se sentir bem, ser acolhida, ter uma escuta interessada e gentil por seus problemas. E por favor, não vamos achar que isto é coisa de gente com problemas, não! Todos nós, em algum momento da vida, sentimos falta de aconchego.

     Nossa sociedade tem se preocupado demais em fazer, ganhar, vencer! Temos esquecido que, no fim do dia, de cada batalha vencida, de cada vitória alcançada, o que todos nós queremos é ter alguém com quem dividir dores e triunfos. Somos seres que, por natureza, nos caracterizamos por precisar e querer estar junto de outro semelhante. É isto que significa sermos seres sociais: é vital, é da natureza humana querer viver junto, ter alguém para partilhar tudo da vida.

     A busca frenética por valores concretos e materiais como sinônimo de sermos bem-sucedidos nos tornou uma sociedade do aparente: aparentar ser feliz, aparentar estar sempre jovem, aparentar não ter problemas, aparentar ser...

     Mas o que será que aconteceria se nos permitíssemos falar de nossos incômodos, nossas decepções, nossos fracassos, nossas mágoas e ressentimentos? Talvez conseguíssemos perceber que ninguém é imune à dor, aos problemas, às dificuldades. Todos, sem exceção, sofremos, falhamos, choramos muitas vezes por medo, vergonha, insegurança. É da vida, não é vergonhoso sofrer.

     Por isso, se você sofre, por favor, busque ajuda! Há mais coragem em querer ser feliz verdadeiramente do que em aparentar ser feliz! Viver é trabalhoso sim e não há vergonha nem fraqueza em pedir ajuda! Pelo contrário! Pedir ajuda significa que reconhecemos que há saída, só não estamos conseguindo ver exatamente como, neste momento!

     Se você decidir sair da vida, você perde a oportunidade de encontrar a saída, a solução e, inclusive, de ser parte fundamental dela!

     Meu convite é para que possamos olhar para nossas dificuldades sem tanta crítica. Sem a ilusão de que quem é forte não sofre, não tem medo, não fraqueja. Apenas permita-se ser acolhido por quem é tão humano quanto você!

     Os serviços de psicologia e psiquiatria – públicos ou não, os recursos medicamentosos, a escuta gentil de um CVV, entre outros, são possibilidades de auxílio. Se você está sofrendo, saiba: a vida fica muito mais interessante quando você, que é único na forma de manifestar a vida, faz parte dela!

      Somos como elos de uma corrente, cada um que se rompe torna a corrente menor, menos potente em sua função. Você é fundamental para que a vida seja cada vez maior e mais cheia de possibilidades! Torço para que possamos entender que não há elos mais fracos ou mais fortes e sim elos diferentes, como diferentes e infinitas são as possibilidades de resolver os problemas.

     É por isso que não tenho dúvidas de que escolher a vida é a melhor das escolhas!

     Paz, bem e muita vida pra você!

  

   Bia Mattos

     Psicóloga CRP 06/29269


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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