Em alusão ao movimento Setembro Amarelo, a Unimed Piracicaba apresentou, na noite da última terça-feira (20/09), no anfiteatro da Fumep (Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba), a palestra Impacto do Comportamento Suicida, Avaliação e Manejo, com o médico psiquiatra, professor e pesquisador Neury José Botega. O encontro reuniu psicólogos, psicanalistas, psiquiatras e universitários.

Carlos Joussef, presidente da Cooperativa, lembrou a importância de desmistificar o tema, uma vez que a cooperativa médica sempre promove encontros para atenção e cuidado à saúde emocional. “Precisamos focar na prevenção. Escutar quem está em sofrimento e tentar intervir em questões que podem ser gatilho são fundamentais, além de oferecer suporte e saídas”, alertou.

No Brasil, até aproximadamente o ano 2000, o suicídio não era visto como um problema de saúde pública, ofuscado por doenças endêmicas ou outras causas de morte violenta. “Os condicionantes de uma violência intrínseca à nossa sociedade já eram discutidos, mas a violência silenciosa dos suicídios permanecia à sombra dos índices de homicídios e de acidentes de trânsito”, revelou Botega

De acordo com o especialista, no âmbito do comportamento autoagressivo, o suicídio é a ponta de um iceberg. “O ato representa uma comunicação que pode funcionar como denúncia, grito de socorro, vingança ou fantasia de renascimento. Por isso, ideias, ameaças e tentativas de suicídio - mesmo aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte - devem ser encaradas com seriedade, como um sinal de alerta a indicar sofrimento e atuação de fenômenos psíquicos e sociais complexos. Não devemos banalizá-las”, finalizou.

Texto: Juliano Fantazia/Unimed Piracicaba

Foto: Filipe Paes/Studio47

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