Texto: Sabrina Franzol
Famoso em fotos nas mídias sociais nos
últimos dias, o reservatório de água da rua Marechal Deodoro recebeu a visita
de 20.931 pessoas durante o período em que ficou aberto para visitação pública.
Com mais de 130 anos, o reservatório integra o complexo da EEAT (Estação
Elevatória de Água Tratada), situado no bairro dos Alemães, administrado pela
Prefeitura de Piracicaba, por meio do Semae (Serviço Municipal de Água e
Esgoto), autarquia do Executivo. A visitação gratuita ficou disponível entre 1º
e 15/09, incluindo o feriado de 7/09, Independência do Brasil. Nesta
sexta-feira, o prefeito Luciano Almeida visitou o local acompanhado de
secretários municipais. Agora, o reservatório terá visita técnica para
implantação do projeto de reforma e impermeabilização, com o intuito de
eliminar trincas, para armazenamento de água.
Conforme
o presidente do Semae, Maurício Oliveira, os reservatórios de tijolos
apresentam problemas devido ao desgaste comum do tempo nas estruturas. Ele
explicou que a reforma consiste na impermeabilização dos locais, retirando o
revestimento atual, já danificado, e substituindo por uma manta de PVC inerte,
que não contamina a água e nem se desmancha. “O projeto dessa impermeabilização
nos reservatórios, abrangendo piso e parede, pode impedir o vazamento de 20 a
30 litros de água por segundo. Essa iniciativa faz parte do nosso plano para
combate ao desperdício de água na cidade”, falou.
Na semana anterior ao período de visitação pública, os reservatórios foram abertos exclusivamente para os servidores do Semae e familiares, totalizando 204 pessoas no dia 27/08 e 266 no dia 28/08. Esses números não contabilizam crianças.
HISTÓRIA
- De
acordo com o arquiteto e urbanista Marcelo Cachioni, diretor do DPH
(Departamento de Patrimônio Histórico) do Ipplap (Instituto de Pesquisas e
Planejamento de Piracicaba), as obras de escavação para a construção dos
Reservatórios da Marechal foram iniciadas em 23 de maio de 1886, pela empresa
Frick & Co., que em Piracicaba adotou o nome fantasia de Empreza Hidraulica
de Piracicaba. Ele escreveu sobre o assunto na dissertação de mestrado
intitulada Arquitetura Eclética na Cidade de Piracicaba, para a PUC (Pontifícia
Universidade Católica) de Campinas. No estudo relatou que esses reservatórios
semi-enterrados consistiam em duas pequenas edificações para guarda entre as
ruas Silva Jardim, Cristiano Cleopath e Marechal Deodoro, com capacidade para
3,5 milhões de litros.
Originalmente,
o reservatório apresentava fachadas de característica neoclássica, com
modenatura (conjunto de molduras), óculos, entablamento, platibanda (faixa
vertical que emoldura a parte superior de um edifício e que tem a função de
esconder o telhado) e portas em arco abatido. A fachada principal é simétrica e
dividida em sete blocos, apresentando três portas e quatro óculos circulares.
Não existe um elemento de destaque, sendo que os mesmos se repetem. As demais
fachadas, num total de três, foram executadas com os mesmos elementos da
fachada principal, e as envazaduras também eram óculos gradeados. No conjunto,
havia um portão (desaparecido) executado pelo serralheiro pelotense João José
de Abreu, datado de 1885.