Como você encara a morte?! Um convite.

 

     Bom dia! Que estejam todos com saúde e em paz!

     Os últimos dois anos tem sido anos de muita reflexão sobre vida e morte. Sobre a vida, todos gostamos de falar, sem constrangimentos ou dificuldades. Mas e sobre a morte?!

     Meu convite a você, no dia de hoje, é olhar para esta “senhora”, a morte,  e tentar vê-la com naturalidade. Sim, naturalidade, pois ela faz parte da vida. Sem que nos atentemos ao fato, ela ocorre em nós diariamente por meio da renovação celular, pela própria passagem do tempo que nos obriga a deixar coisas, pessoas, situações existindo apenas na memória. Ela acontece a cada novo dia que se vai e a cada noite que chega, na criança que fomos e que agora só existe dentro de nós, nos filhos que foram pequenos e agora não o são mais.

     A vida não existe sem a morte. Não seria possível! A morte é um fenômeno necessário à renovação, ao crescimento, à ampliação de tudo. Uma semente que não “morresse” enquanto semente, jamais seria árvore, fruto ou flor!

     Então, por que o medo que todos temos, em diferentes graus, uns mais, outros menos?

     A Psicologia Transpessoal propõe olharmos para a vida como um processo contínuo e infinito e para o ser humano como sendo dotado de uma essência espiritual imortal. A Psicologia Transpessoal ainda não estuda o que ocorre após a morte física, mas por meio de muitos dos estudos a respeito dos estados ampliados de consciência, não tem dúvida: a consciência continua existindo após a morte física!

     Portanto, o que estou tentando dizer é: a morte não existe! O que existe é um processo de transformação, tudo deixa de ser para Ser, ou seja, dentro desta perspectiva de continuidade da Vida sempre, a ideia é a de que a evolução também pode se dar em outros níveis e estados de consciência, inclusive sendo muitos deles ainda não compreendidos pela Ciência atual, mas profundamente estudados e divulgados pelas Religiões e Filosofias espiritualistas em todo o mundo. A sugestão aqui é a de que vida acontece também fora da matéria.

     Penso que essa ideia nos ajuda a trazer apaziguamento ao coração! A saudade que sentimos de nossos entes queridos, infelizmente, permanece. É natural que seja assim. Mas o desespero, a ideia de que aquele ser tão amado não existe mais pode ser totalmente revista, ampliada e modificada dentro de nós.

     Roberto Assagioli, aquele meu “amigo” com quem tanto aprendo e criador da Psicossíntese, explica de forma muito clara porque sofremos com a passagem ou morte das pessoas e coisas: é porque sentimos desejo e na sua ausência, sentimos sua falta, e por consequência passamos a ter medo de perdê-las.

     Sentir desejo por ter nossos amores ao nosso lado é natural, saudável! Todo processo de luto, sem exceção, merece nosso acolhimento e respeito. Mas se continuamos em outros níveis e estados de realidade, quem sabe um dia não nos reencontraremos? Não é o que as religiões dizem? A Ciência não comprovou que esta ideia esteja errada, ela apenas supõe que esteja, exatamente porque ainda se baseia no materialismo que teima em querer se impor.

     Então, aqui vai meu convite pra você: vamos pensar na morte como algo natural e passageiro? Sim, passageiro! Se nossos amores continuam sua jornada enquanto ser consciencial em outras dimensões que a Ciência ainda tateia, significa que a morte não é “o” fim, mas um evento da Vida! Evento exigente? Sim! Saudade dói, mas não precisa trazer desespero.

     Que o apaziguamento se inicie por cada um de nós, por meio de reflexões, meditação, ampliação de conceitos e consciência! A vida, da qual a morte é parte natural, pode ser experimentada, mesmo em seus momentos mais pungentes, com o coração em paz!

     Paz é o que lhe desejo e que ela venha plena e cheia de Bem!

 

     Bia Mattos

     Psicóloga CRP 06/29269


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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