Com o objetivo de fomentar a literatura afro-brasileira no interior paulista e trabalhar a subjetividade negra de forma lúdica, o “Projeto Erês – Identidade e Literatura Negra”, de Piracicaba (SP), realiza uma série de vinte ações, reunidas em oito transmissões on-line, que trazem à tona a valorização da cultura negra. A abertura será nessa quarta-feira, 31, às 20h, com apresentações musicais e bate-papo educativo. A transmissão, aberta ao público, acontece pelo canal do Youtube do projeto, que pode ser acessado pelo endereço virtual: https://www.youtube.com/channel/UCtxu_QG0AseOFyIQoqA2k2Q.

 

A iniciativa foi aprovada no ProAC Editais e conta com realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. A produção é da ETC Produção.

 

O evento de abertura, no dia 31, terá shows com Elaine Teotonio, Mayra Camargo e Lindwyuê, que apresentarão canções relacionadas ao conteúdo de cada encontro do projeto, com a mediação da digital influencer Ingrid Caroline dos Santos. Haverá, ainda, bate-papo com Amanda Campos, psicóloga do Centro Social do Jardim Oriente e Amanda Coral.

 

“É necessário trabalhar as relações sociais e a autoafirmação do negro sem passar por uma vivência racista e, sim, a partir de uma ludicidade produzida e pensada para os afrodescendentes, que é possibilitada pela literatura negra infantil e a partir de um imersão cultural afro-brasileira. Esse é o intuito do projeto”, afirma a professora e pedagoga Lia Teodoro Martins, idealizadora e coordenadora da iniciativa.

 

Subjetividades e luta contra o racismo

 

Sobre a subjetividade, a coordenadora defende que tal processo começa na infância, com as relações sociais desenvolvidas nas escolas. A partir daí, surgem comparações, questionamentos quanto à origem, às diferenças estéticas e culturais e às crenças, que, somados a informações disseminadas por diferentes vertentes da sociedade, ocorrem de maneira preconceituosa, devido ao racismo estrutural presente no Brasil.

 

“A criança preta, neste ambiente, também recebe esse bombardeio de informações e acaba formando sua subjetividade com base na negação da sua origem. Assim, transforma-se em um adulto que reproduz a negação de suas raízes e sofre com isso”, diz.

 

Nessa linha, o “Projeto Erês” tem como objetivo ressignificar as relações sociais resultantes do racismo estrutural, a partir do fomento e da aplicação da literatura afro-brasileira, assim como a disseminação da cultura afro no interior de São Paulo, de forma a atender, principalmente, as famílias brasileiras e os profissionais da educação,

 

“Os encontros vão trazer materiais práticos e permitir a qualificação lúdica de todos que os acompanharem. Trabalhar subjetividades é formar identidades individuais e coletivas permanentes no sujeito, a fim de que o mesmo se torne propagador de sua cultura e seja psicologicamente bem resolvido quanto a sua origem, a ponto de enfrentar o racismo sem grandes danos a sua saúde mental”, completa a idealizadora.

 

Programação

 

Além da abertura, as próximas lives acontecem sempre às quartas-feiras, às 20h, nos dias 7, 14, 21 e 28 de setembro; 5 e 12 de outubro. Entre os temas abordados estão história e imersão cultural africana, construção de autoimagem, ressignificação de conceitos, conhecimento e identidade.

 

O encerramento acontece no dia 15 de outubro, um sábado, às 17h. A programação completa pode ser conferida no Instagram: @eresidentidadeeliteratura.

 

 

SERVIÇO

 

“Projeto Erês – Identidade e Literatura Negra”. Exibições on-line nos dias 31 de agosto; 7, 14, 21 e 28 de setembro; 5, 12 e 15 de outubro. Acesso gratuito no canal do Youtube “Erês – Identidade e Literatura Negra”. https://www.youtube.com/channel/UCtxu_QG0AseOFyIQoqA2k2Q). Mais informações podem ser obtidas no Instagram: @eresidentidadeeliteratura. 


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Rafael Bitencourt - Jornalista

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