Texto: Felipe Poleti

Foto: Justino Lucente

Começou hoje, 15/08, e segue até amanhã, 16/08, a capacitação sobre atendimento de casos suspeitos de Monkeypox (varíola símia) para profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, no anfiteatro do Centro de Vigilância em Saúde (Cevisa), das 8h30 às 12h e das 13h30 às 16h. São capacitados 240 profissionais, divididos em quatro turmas. A ação foi desenvolvida pelos departamentos de Atenção Básica (DAB) e de Vigilância Epidemiológica e do Cedic (Centro de Doenças Infectocontagiosas). Até o momento, Piracicaba tem seis casos confirmados de Monkeypox, que são monitorados pela Vigilância Epidemiológica.

Karina Corrêa Contiero, enfermeira do Cevisa, reforça que neste primeiro momento, o treinamento é voltado para profissionais da rede de Atenção Básica – médico clínico geral, enfermeiros, ginecologistas, pediatras e dentistas – e tem entre os assuntos abordados: fluxo de atendimento, avaliação clínica, sintomas da doença, coleta dos exames, notificação, agilidade de diagnóstico, acondicionamento das amostras e sinais de alerta e monitoramento dos casos suspeitos e contactantes.

“Na semana passada nos reunimos com as coordenações da Atenção Básica, UPAs e representantes dos Hospitais para alinharmos o fluxo de atendimento dos casos suspeitos. O objetivo destes dois dias de capacitação é esclarecer as dúvidas dos nossos profissionais, reforçar o fluxo e qualificar ainda mais a assistência e monitoramento dos casos suspeitos ou confirmados em Piracicaba”.

Tatiana Bonini, coordenadora de enfermagem do DAB, com o treinamento, esses profissionais repassarão seus conhecimentos na unidade em que trabalha e o atendimento será mais eficaz. “Além disso, estamos estudando a reorganização das nossas unidades para que se transformem em Centros de Testagem para Monkeypox, nos mesmos moldes como acontece com os CTs para Covid-19”, enfatizou.

ORIENTAÇÕES – Desde o anúncio da chegada da Monkeypox ao Brasil, a Secretaria de Saúde já vinha realizando orientação técnica, por meio da Vigilância Epidemiológica e do DAB, aos profissionais da Saúde da Rede Municipal sobre diagnóstico e protocolo de atendimento no caso de eventuais pacientes.

A SMS também divulga a seus profissionais todas as informações e notas técnicas produzidas pela Vigilância Estadual de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Ministério da Saúde para orientar os procedimentos. Para Filemon Silvano, secretário de Saúde, palestras e cursos de atualização dos profissionais municipais “serão realizados sempre que necessário”.

A Pasta reforça que o vírus da Monkeypox faz parte da mesma família da varíola e é importante lembrar que o atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. “A transmissão ocorre entre pessoas e o atual surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual, porém o contato com lesões, objetos ou superfícies contaminadas com o vírus e gotículas respiratórias, de quem está contaminado, também pode transmitir a doença”, explica o secretário de Saúde, Filemon Silvano.

PREVENÇÃO – Para se prevenir da Monkeypox é necessário tomar alguns cuidados muito importantes, como evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele; evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém com a doença; fazer a higienização das mãos com água e sabão e uso de álcool em gel; não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, objetos pessoais ou brinquedos sexuais; fazer o uso de máscaras, protegendo contra gotículas e saliva, entre casos confirmados e contactantes.

O principal sintoma é o surgimento de lesões parecidas com espinhas ou bolhas que podem surgir no rosto, dentro da boca ou em outras partes do corpo, como mãos, pés, peito, genitais ou ânus; caroço no pescoço, axila e virilhas; febre; dor de cabeça; calafrios; cansaço; e dores musculares.

TRATAMENTO – O período de incubação do Monkeypox é tipicamente de 6 a 16 dias, mas varia de 5 a 21 dias. O período de transmissibilidade ocorre a partir do início dos sintomas até o desaparecimento das crostas (feridas).

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), não existem tratamentos específicos para a infecção pelo Monkeypox, já que os sintomas da doença geralmente desaparecem espontaneamente. O tratamento é sintomático e envolve a prevenção e tratamento de infecções bacterianas sintomáticas. Ainda, de acordo com a OMS, a vacinação contra a varíola demonstrou ajudar a prevenir ou atenuar a varíola causada pelo Monkeypox, com uma eficácia de 85%.

O Ministério da Saúde informou que não há previsão de vacinação no Brasil, mas que está em contato com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para adquirir o imunizante.

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