A urgência da 2ª etapa do anel viário de Piracicaba
Barjas Negri
A primeira etapa do Anel Viário de Piracicaba foi uma conquista da sociedade piracicabana junto ao Governo do Estado de São Paulo, durante as gestões dos governadores José Serra e Geraldo Alckmin. Essa realização contou com o apoio decisivo do deputado federal Antonio Carlos de Mendes Thame, do deputado estadual Roberto Morais, da Câmara de Vereadores de Piracicaba e de diversas entidades representativas como a ACIPI (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), o Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras), além de várias entidades sindicais e da imprensa local.
Foram anos de luta até que o Anel Viário, com 14,7 km de extensão, fosse incluído na concessão estadual Rondon Leste, que também abrangeu a duplicação da Rodovia do Açúcar, no trecho entre Piracicaba e Sorocaba. Após muito trabalho e enfrentando diversos contratempos, o Anel Viário foi entregue e inaugurado em 2016, interligando importantes rodovias estaduais: a Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), a Rodovia do Açúcar Comendador Mário Dedini, a Rodovia Deputado Laércio Corte (ligação com Limeira) e a Rodovia Fausto Santomauro (ligação com Rio Claro). Posteriormente, passou a se chamar Rodovia Professor Ernesto Paterniani, em justa homenagem ao professor da Esalq/USP.
Em 2019, o Governo do Estado, por meio da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), realizou audiências públicas para apresentar o projeto de concessão Pipa (Piracicaba–Panorama), com mais de 1.000 km de extensão, e colher sugestões da sociedade. Nessas audiências, participei ao lado de Jorge Akira, então secretário da Semuttran, para reivindicar três intervenções prioritárias: a extensão do Anel Viário em mais 15 km, ligando a Rodovia Fausto Santomauro à Rodovia Geraldo de Barros, nas proximidades de Ártemis, no início do distrito Uninoroeste, que foi inaugurado em nossa gestão em 2007; a construção de um dispositivo em túnel ou viaduto no Parque Piracicaba e Vale do Sol; e um dispositivo semelhante na Rodovia Geraldo de Barros, em Santa Teresinha, nas imediações do Posto Bigaton.
Essas obras, de grande porte e alto investimento, quase ficaram de fora do projeto de concessão. No entanto, após muita articulação política, foram incluídas, o que permite sua execução ao longo do contrato. Vale lembrar que, uma vez dentro da concessão, as obras podem ser antecipadas por critérios técnicos, orçamentários e, principalmente, por articulação política. Caso não tivessem sido incluídas, dificilmente sairiam do papel diante das limitações orçamentárias do Estado.
A partir dessa conquista, houve intensa mobilização do prefeito Luciano Almeida, dos deputados Roberto Morais, Alex de Madureira e Hélio Zanatta, bem como da Câmara de Vereadores, para antecipar a execução dessas obras. Esse esforço conjunto começou a surtir efeito. Os dispositivos de Santa Teresinha e do Parque Piracicaba já estão em construção, e isso tem provocado transtornos no trânsito da região, como vem sendo amplamente relatado pela imprensa e nas redes sociais. Contudo, esses transtornos trazem consigo dois aspectos positivos: o primeiro é que, em 2026, o tráfego será mais seguro e eficiente naquela região; o segundo é que os impactos atuais evidenciam ainda mais a urgência de se executar a segunda etapa do Anel Viário, que, ao ser concluída, oferecerá uma nova alternativa de mobilidade para os motoristas da região de Santa Teresinha e para quem se desloca em direção a Ártemis e São Pedro.
Por isso, é fundamental continuar cobrando a elaboração dos projetos executivos, os decretos de desapropriação e os estudos de impacto ambiental, para que a extensão do Anel Viário avance de forma concreta e com celeridade. É uma obra essencial para o futuro de Piracicaba e de toda a Região Metropolitana.
Neste momento, apelamos ao governador Tarcísio de Freitas para que compreenda que essa é uma demanda justa e estratégica para Piracicaba e municípios vizinhos. O Anel Viário representa muito mais do que uma obra de infraestrutura: é um vetor de desenvolvimento, segurança viária, mobilidade urbana e qualidade de vida para toda a população.
Por fim, é urgente que a Concessionária Eixo SP e a Artesp busquem alternativas viáveis para reduzir os impactos causados aos moradores de Santa Teresinha e bairros adjacentes. A execução simultânea das duas obras, muito provavelmente acelerada por pressões políticas e eleitorais, acabou agravando os transtornos na região. Com mais planejamento, responsabilidade e diálogo com a comunidade, é possível minimizar os danos e garantir que a população seja respeitada. Seguimos cobrando, acompanhando e defendendo o que é justo. Mãos à obra, com seriedade e compromisso com Piracicaba!
Barjas Negri foi ministro da Saúde e prefeito de Piracicaba por três gestões