Medo e egoísmo: relação perigosa!
Bom dia, caro leitor! Paz e Bem a todos!
É interessante perceber o quanto o passar do tempo modifica alguns
conceitos. Ainda hoje, não é incomum associar-se o orgulho e o egoísmo às
classes sociais mais altas.
O desenvolvimento sociopolítico e tecnológico da humanidade, das
ciências, promoveu também o desenvolvimento da forma de pensar e compreender as
coisas, a Natureza, a Vida. E essa associação entre riqueza e soberba já não é
mais tão óbvia.
O tempo levou-nos a perceber que orgulho e egoísmo não se referiam,
necessariamente, a ser poderoso, a ter dinheiro, mas a uma condição emocional
das pessoas. Filhas do orgulho e do egoísmo, a vaidade, a arrogância, a
prepotência são, na verdade, comportamentos baseados no medo. No medo?! Sim!
Vejamos.
Quando temos dificuldades em reconhecer nossas capacidades internas,
nossos potenciais e habilidades dos mais variados tipos, nossa tendência é
desenvolvermos comportamentos defensivos. As defesas psicológicas são
importantíssimas, mas quando elas surgem para escondermos dos demais a nossa
baixa estima, nossa tendência é a de vermos o outro, sempre, como uma ameaça em
potencial.
Orgulho é o sentimento de satisfação com o próprio valor, o que não tem nada
de errado. Refiro-me ao orgulho como sinônimo de desconsideração dos demais,
que gera posturas vaidosas e até insolentes.
Já o egoísmo é o sentimento de um excessivo amor-próprio que gera
comportamentos extremamente autocentrados, nos quais o mais importante sempre é
aquilo que se refere ao próprio indivíduo. E onde entra o medo nisso tudo?!
O medo relaciona-se com o receio do novo, de sentir-se questionado em
suas certezas ou de ter sua situação confortável, material ou não, ameaçada.
Este tipo de postura é típico daqueles que ainda temem não serem suficientes:
suficientemente capazes, inteligentes, bonitos, importantes, amados etc.
O medo leva à necessidade de autoproteção, de a pessoa levantar “armas”
comportamentais egóicas quando se sente contrariada ou ameaçada. E então ela agride,
embora não suporte agressão, fala mal dos demais, mas não suporta a ideia de
falarem mal dela, discrimina, mas acha impensável ser excluída, e por aí vai.
A solução, caro leitor, continua sendo o bom e velho processo de
autoconhecimento, de buscarmos compreender nosso próprio valor e quais nossas
fragilidades emocionais para resolvê-las! Sem isso, não há chance de paz, nem
de relações tranquilas. Amor não existe sem autoamor.
Desejo, profundamente, nestes tempos de tanto egoísmo, Paz e Bem a todos
aqueles que se abrem ao novo e à coragem de se reverem e se transformarem!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.