12. Delicadeza
Vivemos
num tempo em que a delicadeza está fora de moda.
Você
concorda com esta afirmação?
Tenho
tido a sorte de conviver com pessoas que não acreditam nisso.
Veja,
fui uma das pessoas selecionadas para expor meu trabalho na Flipira. Eu escrevi
um livro sobre a União Operária, nossa amada Banda Sinfônica com 117 anos de
idade e situo a participação do meu avô materno como músico da Banda a partir
de uma carta deixada por ele aos netos. E por isso me inscrevi na Flipira e fui
selecionada.
A
Flipira é uma Festa Literária que acontece na cidade de Piracicaba - SP e que
neste ano esteve na sua 5ª edição. Por lá encontrei pessoas incríveis,
escritores de todos os tipos de literatura. Livros infantis, históricos e
culturais como o meu, poemas, crônicas e tantos outros estilos literários.
Essa
gente diferente acredita em delicadeza!
Escrever
e contar causos, recontar histórias, usar sua imaginação para falar de coisas
que os pequeninos entendam e se encantem, isso é coisa de quem acredita que o
mundo pode ser um lugar de falas, mas também de escuta ativa. De se importar
com o que o outro tem a dizer, porque quando você lê um texto bem escrito, você
ouve o que o escritor diz, ouve também vozes de personagens, imagina cenários e
se vê num mundo particular.
E me
senti tão feliz por encontrar com gente que acredita que investir na educação
de um modo geral, vale a pena, que só tenho a agradecer.
Além
de expor meu trabalho na Flipira ainda tive o privilégio de me apresentar com
meus alunos também, eles tocaram flautas, cantaram, acompanharam os colegas com
outros instrumentos e tornaram a festa Literária de Piracicaba ainda mais
encantadora.
A
delicadeza esteve presente nesse evento, uma onda amorosa se fazia desde a
organização até os expositores e o público presente pode senti-la.
Tivemos
também contação de histórias, esquetes teatrais, stand up comedy, café
literário e a presença do ilustre membro da ABL Academia Brasileira de Letras,
Ignácio Loyola Brandão, nos prestigiando com sua experiência.
Só
posso crer que enquanto houver pessoas que se importem com a delicadeza e a
urgência das palavras ditas, cantadas, contadas ou escritas ainda haverá
esperança.
“Depois
de te perder
Te
encontro, com certeza
Talvez
num tempo da delicadeza
Onde
não diremos nada
Nada
aconteceu
Apenas
seguirei
Como
encantado ao lado teu.”
Música: Todo o sentimento de Chico Buarque.
Colunista:
Wana Narval
Cantora, pedagoga, licenciada em Música, mestre em Educação e escritora, é uma artista atuante na cidade de Piracicaba, participando de diferentes projetos culturais. Já cantou como back vocal com a dupla Cézar e Paulinho e foi vocalista na banda Opus, Falando da Vida, Revivendo. Intérprete versátil e eclética, domina diversos estilos musicais e canta em variadas línguas, atualmente integra a Banda Claro Cristal, Banda JáQue, Ternamente eclético, Casa de Noel, como a Mamãe Noel e o Duovox.
Instagram @wananarval
Email wanabackvocal@hotmail.com