Complexo de Jonas

 

     Bom dia, caro leitor! Saúde e paz para todos!

     Conversando hoje com uma pessoa, senti uma compaixão imensa por aqueles que, mesmo muito talentosos e capazes, são frustrados e infelizes por toda a Vida. Isso é muito sério e comum, infelizmente.

     Uma das grandes questões por traz das pessoas que não se realizam é a falta de confiança no próprio potencial. Maslow, um autor americano muito conhecido no Brasil por sua teoria da motivação humana, nomeou de Complexo de Jonas este conflito referente ao medo que temos de realizar nosso próprio potencial, nossa grandeza. E o Jonas ao qual ele se refere, é o Jonas da bíblia, aquele que foi engolido pela baleia.

     Jonas aqui representa o arquétipo do potencial humano não realizado. Arquétipo, numa linguagem bem simples, é um modelo ou padrão de comportamento que é compreendido por todo ser humano de forma muito semelhante.

     Então, Jonas é aquele que mesmo tendo recebido uma missão diretamente de Deus, foge da mesma por não acreditar ser capaz de executá-la. Imagine você recebendo uma incumbência diretamente daquele que é o Criador de absolutamente tudo! Se Ele escolheu você, provavelmente é porque Ele acredita que você é capaz. E sendo Ele Deus, Aquele que lhe criou, Ele deve saber de sua potencialidade.

     Pois bem, Jonas (criado por Deus), recebe diretamente Dele uma missão, e foge dela. Convido todos que me leem neste momento, a buscarem o texto bíblico de Jonas e a maravilhosa interpretação dada por Jean-Yves Leloup a este arquétipo em seu livro “Caminhos da Realização”. Infelizmente não temos espaço para maiores aprofundamentos neste texto.

     O que estou tentando dizer é: somos, o tempo todo, por uma visão equivocada de humildade, forçados a negar nosso potencial, seja ele qual for!

     Uma das coisas que mais ouço no consultório é o relato de pessoas que não se acham à altura de fazerem certas coisas, executarem certas tarefas, exercerem certas profissões por não acreditarem nelas mesmas. Nem tentam, mas acreditam, sem base concreta alguma, que realizar certas coisas é muito para elas. Isto é o medo da própria grandeza. O medo que nos colocam durante nossa educação de que almejar ser “grande” é prepotência, orgulho ou vaidade. E vamos nos acostumando com menos, com pouco, com o básico e nos frustramos e deixamos de colaborar com a Vida a partir daquilo que temos de único!

     Quer ver como isso é comum?! Olhe estas expressões que ouvimos com certa frequência: quem é você?, não se enxerga?, está se achando!, isto não é para seu bico!, é muita areia para o seu caminhãozinho... e por aí vai!

     Caro leitor, muitas coisas não são para nós, é verdade. Cada um de nós nasce com um potencial, mas o problema é que nos acostumamos com não almejar o máximo possível dentro do nosso potencial e Maslow nos pergunta: por que não podemos querer ser extraordinários, “top”, excepcionais? Se os gênios, os sábios, os grandes nomes das mais diversas áreas chegaram lá, por que nós também não podemos?!

     Podemos! Ou teremos que nos contentar com o que der, com a frustração, o vazio existencial... Uma pena! Nascemos para crescer, para evoluir e brilhar! Pense nisso.

     Que você permita brilhar a sua Luz, caro leitor!

 Bia Mattos

Psicóloga CRP 06/29269


 


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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