Tocando Agora: ...

Coluna: Pirarazzi com Elson de Belém

Publicada em: 23/11/2025 07:38 -

Manifestações Culturais de Belém do Pará vêm à tona através da COP 30

 

O mundo descobre o rico universo cultural do Pará e da Amazônia durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

 

Durante a COP 30, realizada em Belém do Pará, uma das principais cidades da Amazônia brasileira, uma revelação cultural vem ganhando destaque: a riqueza e diversidade das manifestações culturais de um dos estados mais amazônicos e adversos do Brasil. Entre manifestações tradicionais, artes, culinária e expressões artísticas, o mundo passou a conhecer e valorizar um universo que pulsa com força, resistência e identidade própria.

 

A COP 30 destacou a riqueza cultural do Pará, valorizando suas manifestações tradicionais e os artistas que representam essa diversidade. Entre os destaques estão o carimbó, ritmo que celebra a herança afro-descendente e a negritude na região, evidenciando a forte influência africana na cultura paraense. Além disso, outros gêneros como o brega também tiveram espaço, reforçando a importância da música popular na identidade local. Nesse contexto, o Dia da Consciência Negra é comemorado como uma oportunidade de reconhecer e valorizar essa herança cultural, promovendo o orgulho e a preservação das manifestações afro-brasileiras no Pará.

 

O Carimbó: ritmo que embala a alma paraense

Um dos protagonistas dessa descoberta é o carimbó, ritmo e dança que representam a essência do Pará. Com suas raízes indígenas, africanas e europeias, o carimbó é uma expressão de resistência cultural que, apesar de sua longa história, ainda conquista novos públicos e espaços internacionais. Durante a COP 30, apresentações tradicionais e oficinas de dança atraíram visitantes e delegados internacionais, despertando o interesse pelo ritmo contagiante que faz parte do cotidiano paraense.

 

Conquista mundial

 

A conquista de Belém como a Capital Mundial do Brega pela ONU Turismo em 30 de maio de 2025 representa um marco importante para a valorização da cultura local e reforça o papel do brega paraense no cenário mundial. Essa distinção faz parte de uma iniciativa do Ministério do Turismo para celebrar e promover a diversidade do brega paraense, reconhecendo sua importância cultural, musical e social na região.

Porém, o reconhecimento gerou um debate saudável entre Belém e Recife, que detém o título de Capital Nacional do Brega. Enquanto Belém busca consolidar sua influência e reconhecimento internacional no gênero, Recife também ressalta sua história e contribuição ao brega, gerando uma discussão sobre a valorização regional e nacional desse movimento cultural.

 

A valorização dos artistas paraenses na COP30 

Representou uma importante oportunidade de destacar a cultura e a criatividade do Pará em um cenário global voltado às questões ambientais e de sustentabilidade. Esse evento foi uma plataforma que promoveu artistas locais, valorizando suas expressões culturais e sua conexão com a biodiversidade amazônica.

A presença de artistas paraenses na COP30 ocorreu por meio de exposições, apresentações musicais, audiovisuais ou ações culturais que evidenciou a riqueza da cultura regional e sua relação com a preservação do meio ambiente. Essas iniciativas ajudaram a sensibilizar os participantes do evento, além de dar visibilidade internacional ao talento e às questões ambientais do Pará.

Além disso, a valorização desses artistas contribuiu para fortalecer a identidade cultural da região e estimular a economia criativa local, promovendo a troca de experiências e o reconhecimento do Pará como um polo cultural e ambiental de destaque.

 

Tacacá e as delícias da culinária Amazônica

 

A culinária também ganhou destaque, especialmente o tacacá, prato símbolo de Belém. Com seu caldo quente de tucupi, jambu e camarão, o tacacá revela a diversidade de ingredientes e sabores que só a Amazônia oferece. Feiras gastronômicas realizadas durante o evento permitiram que visitantes de diferentes partes do mundo experimentassem essa iguaria, despertando curiosidade e admiração pela riqueza da cozinha local.

 

Outros segmentos culturais que vêm à tona

Além do carimbó e da gastronomia, diversas manifestações culturais, artesanato, festivais tradicionais, artes visuais e manifestações indígenas ganharam espaço na pauta internacional. Pintores, escultores e artesãos paraenses mostraram suas obras, que retratam a floresta, os rios e a vida do povo local, destacando a importância de preservar essa biodiversidade cultural e natural.

 

A Amazônia em pé: uma questão de reconhecimento e preservação

O grande objetivo da presença cultural na COP 30 é também promover o reconhecimento de uma região que, apesar de sua importância global, ainda luta contra o preconceito, a exploração e a invisibilidade. Artistas e líderes locais destacaram a necessidade de conhecer tudo o que há ao redor da floresta, pois só assim será possível compreender o verdadeiro valor da Amazônia e defender sua preservação.

 

Um convite ao mundo

A realização do evento em Belém trouxe à tona a importância de valorizar as manifestações culturais como parte fundamental da luta ambiental. Afinal, a cultura é uma forma de resistência e de afirmação de identidade, que deve caminhar lado a lado com ações de proteção da floresta e de seus povos.

 

A presença da cultura paraense na COP 30 mostrou que a Amazônia é muito mais do que uma floresta: é um território vivo de expressões, histórias e tradições que merecem ser conhecidas e preservadas. O mundo, agora, descobre o Brasil de dentro, através do ritmo do carimbó, do sabor do tacacá e de toda a riqueza que essa terra tem a oferecer. Para que a Amazônia esteja realmente em pé, é preciso que todos conheçam, valorizem e respeitem sua cultura e sua biodiversidade.

 

Fonte CCPZ Douglas Souza

Fotos Reprodução Internet

Elson de Belém é Artista e Comunicador Cultural

Compartilhe:
COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!
Carregando...