Empatia
Bom
dia, caro leitor! Que você esteja bem, saudável e feliz!
Em
tempos tão importantes como o que vivemos, de muitas mudanças, de início do fim
de uma civilização egóica, egoísta, que vem se mostrando cada vez menos
eficiente em lidar com as reais necessidades humanas como cuidado e respeito,
pensei em refletirmos um pouquinho sobre a proposta de um autor que talvez
muitos conheçam: Carl Rogers.
Rogers era um humanista, sua proposta psicológica valorizava muito os
potenciais humanos saudáveis, nossas capacidades, literalmente, humanas. É um
equívoco imaginar que o ser humano, em essência, é ruim, destrutivo. Não, em
essência somos amorosos, solidários. A questão é que precisamos nos reconectar
com esta dimensão de nós mesmos, lembrarmos que o materialismo e o excesso de
racionalidade nos afastaram dessa essência e nos trouxeram até aqui: uma
civilização que explora tudo e todos, desconsidera a sensibilidade e destrói.
Há
muito a Psicologia nos chama a atenção para revermos a nós mesmos, nossas
certezas e filosofia de Vida. E este é o convite deste texto: nos revermos,
ampliarmos nossa capacidade de ver as nossas relações para além do “óbvio
racional”.
Na Abordagem
Centrada na Pessoa criada por Carl Rogers, há três características que podemos
usar em todas as relações humanas como um roteiro de gerar bem-estar, relações
equilibradas e mais pacíficas, menos conflituosas.
Resumidamente,
são três posturas:
- aceitação positiva incondicional: acolher o outro como ele
é, sem expectativas ou condições, partindo da certeza de que todo ser humano
necessita ser reconhecido e aceito como se apresenta. Aqui, respeito,
consideração e valorização da pessoa como é, são o ponto chave. Não há
julgamento. Mas atenção: aceitar é diferente de concordar;
- compreensão empática: compreender a pessoa “como
se” fosse ela, ver pelos seus olhos e propiciar que ela veja pelos nossos. O
objetivo fundamental é buscar compreender, em profundidade, o que o outro está
vivendo. E isso só é possível se houver uma escuta que não busque formar
opiniões, formular uma resposta para o que está sendo dito ou tentar mudar o
que a pessoa está vivendo naquele momento;
- congruência: ser autêntico e transparente, sincero
– ser o que se é aqui e agora. Isto requer nos despojarmos das máscaras e
superficialidades dos jogos sociais, é ser capaz de responder ao que se
apresenta em cada instante sem se submeter à estreiteza da lógica ou às
imposições de possíveis outros padrões, como se houvesse um jeito certo de ser.
As
posturas empática, autêntica e de aceitação da pessoa geram uma redução das
tensões e levam o outro a sentir-se bem na nossa presença. Consequentemente,
ele tenderá a nos devolver a mesmas posturas, favorecendo o entendimento e aprofundamento
gentil da relação.
E
aí, vamos tentar ampliar o número de relações mais gentis e verdadeiras?!
O
mundo agradece!
Paz
e bem aos que buscam colaborar e não apenas criticar o que não vai bem!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.