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Coluna: Psicologia no Dia a Dia

Publicada em: 21/05/2024 05:47 - Colunas

Empatia

 

     Bom dia, caro leitor! Que você esteja bem, saudável e feliz!

     Em tempos tão importantes como o que vivemos, de muitas mudanças, de início do fim de uma civilização egóica, egoísta, que vem se mostrando cada vez menos eficiente em lidar com as reais necessidades humanas como cuidado e respeito, pensei em refletirmos um pouquinho sobre a proposta de um autor que talvez muitos conheçam: Carl Rogers.

     Rogers era um humanista, sua proposta psicológica valorizava muito os potenciais humanos saudáveis, nossas capacidades, literalmente, humanas. É um equívoco imaginar que o ser humano, em essência, é ruim, destrutivo. Não, em essência somos amorosos, solidários. A questão é que precisamos nos reconectar com esta dimensão de nós mesmos, lembrarmos que o materialismo e o excesso de racionalidade nos afastaram dessa essência e nos trouxeram até aqui: uma civilização que explora tudo e todos, desconsidera a sensibilidade e destrói.

     Há muito a Psicologia nos chama a atenção para revermos a nós mesmos, nossas certezas e filosofia de Vida. E este é o convite deste texto: nos revermos, ampliarmos nossa capacidade de ver as nossas relações para além do “óbvio racional”.

     Na Abordagem Centrada na Pessoa criada por Carl Rogers, há três características que podemos usar em todas as relações humanas como um roteiro de gerar bem-estar, relações equilibradas e mais pacíficas, menos conflituosas.

     Resumidamente, são três posturas:

- aceitação positiva incondicional: acolher o outro como ele é, sem expectativas ou condições, partindo da certeza de que todo ser humano necessita ser reconhecido e aceito como se apresenta. Aqui, respeito, consideração e valorização da pessoa como é, são o ponto chave. Não há julgamento. Mas atenção: aceitar é diferente de concordar;

- compreensão empática: compreender a pessoa “como se” fosse ela, ver pelos seus olhos e propiciar que ela veja pelos nossos. O objetivo fundamental é buscar compreender, em profundidade, o que o outro está vivendo. E isso só é possível se houver uma escuta que não busque formar opiniões, formular uma resposta para o que está sendo dito ou tentar mudar o que a pessoa está vivendo naquele momento;

- congruência: ser autêntico e transparente, sincero – ser o que se é aqui e agora. Isto requer nos despojarmos das máscaras e superficialidades dos jogos sociais, é ser capaz de responder ao que se apresenta em cada instante sem se submeter à estreiteza da lógica ou às imposições de possíveis outros padrões, como se houvesse um jeito certo de ser.  

     As posturas empática, autêntica e de aceitação da pessoa geram uma redução das tensões e levam o outro a sentir-se bem na nossa presença. Consequentemente, ele tenderá a nos devolver a mesmas posturas, favorecendo o entendimento e aprofundamento gentil da relação.

     E aí, vamos tentar ampliar o número de relações mais gentis e verdadeiras?!

     O mundo agradece!

     Paz e bem aos que buscam colaborar e não apenas criticar o que não vai bem!

 

Bia Mattos

Psicóloga CRP 06/29269


 


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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