Conheça Tilly Norwood, a atriz gerada por IA
Revolução criativa ou produto de marketing?
As tecnologias de IA generativa estão mudando as condições de trabalho em diferentes campos criativos, e o mercado de entretenimento não é exceção. A chegada de Tilly Norwood, uma atriz completamente gerada por inteligência artificial, está no centro de um debate acalorado. Ela é um experimento criativo ou o prenúncio de uma nova era em que artistas reais serão substituídos por criações digitais?
Criada por Eline Van der Velden, comediante, escritora, atriz e produtora holandesa radicada em Londres, na Inglaterra, e CEO da empresa de produção focada em IA Particle 6, Tilly Norwood é uma personagem que não existe fisicamente, mas já está movimentando o mercado e gerando discussões éticas, artísticas e profissionais.
Enquanto alguns a consideram uma obra-prima da tecnologia, outros enxergam nela uma ameaça existencial. “Para aqueles que expressaram indignação com a criação da minha personagem de IA, Tilly Norwood, ela não é uma substituta para um ser humano, mas uma obra criativa — uma obra de arte. Como muitas formas de arte antes dela, ela desperta debates, e isso por si só demonstra o poder da criatividade”, escreveu Van der Velden em uma declaração publicada nas redes sociais.
Tilly não é apenas um experimento técnico, mas também um reflexo das mudanças que a IA está trazendo para o entretenimento (e para tantos outros segmentos). Ela pode ser moldada para atender a qualquer roteiro, estética ou narrativa, sem as limitações humanas.
Ao mesmo tempo, sua existência levanta questões importantes e que precisamos conversar sobre: ela irá substituir atores reais? Como os atores serão impactados? Como a interpretação e a emoção de uma história serão transmitidas se a atriz é “fake”?
Alguns podem pensar: “As coisas mudaram e agora é assim que funciona. Quem não surfar nessa onda, está fora do jogo.”
E os estúdios?
Embora os grandes estúdios de entretenimento estejam interessados em usar IA para aprimorar efeitos visuais e acelerar a pré-produção, eles ainda não têm pressa em escalar talentos de IA como Tilly para substituir atores reais.
Existem regras. Segundo o contrato do sindicato SAG-AFTRA, os estúdios são obrigados a notificar o sindicato caso planejem usar personagens sintéticos em suas produções. Essa cláusula é uma tentativa de proteger os direitos dos atores e garantir que a IA seja usada de forma ética e transparente.
No entanto, a chegada de Tilly coloca em evidência um futuro onde a tecnologia pode ultrapassar as barreiras atuais, criando personagens que não apenas atuam, mas também interagem com o público de maneiras inovadoras.
O que isso significa para o futuro do entretenimento?
Assim como os microdramas é uma tendência de contar histórias que veio pra ficar, Tilly Norwood é um símbolo de como a IA está transformando o entretenimento, e isso ninguém pode negar. Ela representa uma nova forma de contar histórias: mais rápidas, mais personalizadas e, potencialmente, mais acessíveis.
Mas, ao mesmo tempo, sua existência nos força a refletir sobre o equilíbrio entre inovação e preservação do trabalho humano. Afinal, o que torna uma história memorável não é apenas a tecnologia por trás dela, mas a emoção e a autenticidade que ela transmite. O público busca conexão, e essa conexão vem da profundidade das narrativas e da humanidade que elas carregam.
E verdade seja dita: a IA sozinha não cria conexão. É preciso um ser humano para determinar os comandos dados à IA, para moldar a narrativa e dar alma às histórias. Isso sim conecta, cativa, atrai e traz verdades. Por isso, não canso de dizer: por mais que a tecnologia avance, o storytelling continua sendo a essência do entretenimento. Ele é a ponte que conecta marcas, criadores e públicos de forma autêntica.
A grande questão é: como equilibrar o uso da IA para potencializar histórias sem perder o toque humano que as tornam únicas?
A provocação foi feita pela Particle 6 com a sua nova criação e isso nos desafia a repensar o papel da tecnologia na criatividade e a encontrar formas de usar a IA como aliada na criação de narrativas para o seu mercado, sua marca/negócio.
Porque, no fim, o que realmente importa não é a ferramenta que usamos, mas a história que contamos.
#Use esse prompt para refletir e criar:
“Se você pudesse criar um personagem com IA para contar uma história, como ele seria? Que valores e emoções você gostaria que ele transmitisse para se conectar com o público?”
E eu quero saber a sua opinião: o que você acha da chegada de personagens como Tilly Norwood no mercado de entretenimento?
Clique aqui para assistir o vídeo com a atriz ;)
Até semana que vem ;)
Sou Sabrina Scarpare, jornalista e especialista em narrativas para empreendedores, experts e criadores de conteúdo que usam a IA como base estrutural da sua comunicação. Toda semana, escrevo e envio informações atualizadas e relevantes sobre storytelling e IA para negócios inteligentes, ajudando profissionais a se manterem atualizados e informados sobre as últimas tendências de inovação e criação de conteúdo com IA.