O mês de dezembro, no Brasil, é associado a dias de sol intenso, calor quase insuportável e altas temperaturas por causa do início do verão. Neste cenário, a exemplo de organizações de saúde de todo o país, o CECAN- Centro do Câncer da Santa Casa de Piracicaba chama a atenção para o câncer de pele, intensificando a Campanha Dezembro Laranja.
Criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a ação faz parte da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele, o mais frequente no Brasil, correspondendo a 30% dos tumores malignos.Isso porque, durante o verão, a pele está mais exposta a fatores como radiação solar intensa, calor, suor e umidade, o que exige cuidados específicos para mantê-la saudável e protegida.
O médico oncologista Fernando Medina, diretor do CECAN, explica que o sol, através dos raios ultravioletas, leva a uma alteração no DNA celular, desencadeando o câncer. “O calor também leva à desidratação da pele deixando-a mais ressecada e propícia a eczemas e infecções”, disse. Ele explica que, além de questões genéticas, a exposição ao sol de maneira prolongada, repetida e sem a proteção adequada ainda é o principal fator para o câncer de pele.
Os tratamentos variam, conforme o estágio e tipo de câncer, e vão desde cauterizações, aplicações de ácido e nitrogênio líquido até cirurgia, bem mais frequente. Além disso, é preciso estar sempre atento às pintas do corpo. “Pintas assimétricas, com bordas irregulares, com colorações diferentes, diâmetro maior que 0,6 cm e aumento de tamanho, exigem atenção especial”, ensina o especialista.
Segundo ele, para evitar problemas, é preciso usar protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados e frios. “O melhor método, porém, ainda é evitar a exposição em horários cujo raios ultravioletas estejam na sua maior intensidade, ou seja, das 10h às 16h”, explica lembrando que, manter a pele protegida no verão ajuda a prevenir também danos como manchas e envelhecimento precoce. Também é importante cuidar da hidratação com o uso de produtos adequados a cada tipo de pele.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o ano se encerrará registrando cerca de 220 mil novos casos de câncer melanoma, o mais recorrente. Já o câncer de pele não melanoma, o mais grave, apresentará 8.980 novos casos, com perspectivas de crescimento. “Existe uma preocupação adicional com relação ao câncer da pele do tipo melanoma, por se tratar de um câncer muito agressivo, com elevado risco de metástase e óbito, se não diagnosticado e tratado precocemente”, pontua Medina.
Ele lembra que, como o principal fator de risco para formação do câncer de pele é a radiação ultravioleta, qualquer pessoa pode ter um câncer de pele. “Têm maior risco, entretanto, aquelas pessoas com olhos, cabelos e pele clara, com queimaduras solares prévia, história familiar da doença, muitas pintas pelo corpo, presença de sardas e que possuam doenças imunossupressoras”, alerta o médico.

Deixe seu Comentário