A
democracia busca garantir a igualdade dos cidadãos
A
democracia pode ser compreendida de várias maneiras, mas ao certo é que se
refere a um sistema de governo onde o poder público é exercido pelo povo,
direta ou indiretamente. Na democracia, os cidadãos têm o direito e o dever de
participar no processo político, seja votando em eleições, expressando suas
opiniões por meio de protestos e manifestações, ou se engajando em atividades
políticas e principalmente comunitárias. Outro fator, é que a democracia
garante a igualdade de todos perante a lei e protege os direitos individuais e
coletivos, isso inclui o respeito aos direitos humanos, a proteção das minorias
e a garantia de oportunidades iguais para todos os cidadãos.
Na
democracia, o governo é limitado pela lei e pelos princípios constitucionais,
isso significa que o poder público é exercido de acordo com regras e
procedimentos estabelecidos, e que todos, incluindo os líderes políticos, estão
sujeitos à lei.
Os
governantes em uma democracia são responsáveis perante o povo e devem prestar
contas por suas ações e decisões, isso inclui transparência nas atividades do
governo, mecanismo de controle e fiscalização, por isso, a importância de
participar do processo eleitoral, levando o seu voto as urnas e escolhendo
candidatos que realmente queiram trabalhar para melhorar a qualidade de vida da
população.
Uma
democracia reconhece e valoriza a diversidade de opiniões, crenças e
identidades na sociedade. Isso implica em respeitar as diferenças e buscar o
consenso por meio do diálogo e do debate público, em vez de recorrer à
violência e à repressão. Na democracia, os governantes são escolhidos por meio
de eleições livres e justas, e o poder é transferido de forma pacífica e
regular. Isso garante a renovação e a legitimidade do governo, bem como a
possibilidade de mudança e progresso político.
Na
democracia o governo é limitado pelo respeito às leis e à Constituição, e os
direitos fundamentais dos cidadãos são protegidos por uma estrutura legal. O
município é regido pela Lei Orgânica, sendo assim as autoridades municipais têm
que respeitá-la em todos os artigos.
Muitos
pensadores ao longo da história mostraram uma variedade de perspectivas sobre a
democracia, desde a Grécia Antiga até os dias atuais. Em sua obra “A
República”, Platão expressa preocupações com a democracia, argumentando que ela
é suscetível à instabilidade e à tirania da maioria. Ele acreditava que uma
elite de filósofos reis deveria governar a sociedade. Já Aristóteles reconheceu
as vantagens da democracia como forma de governo, mas também alertou sobre os
perigos da “democracia excessiva”, na qual a maioria tirânica pode oprimir as
minorias. Ele defendia um equilíbrio entre a democracia, a aristocracia e a
monarquia. Outro pensador, John Locke foi um defensor do governo representativo
e do Estado de Direito. Ele acreditava que o governo deveria ser baseado no
consentimento dos governados e que os direitos individuais deveriam ser
protegidos. Jean-Jacques Rousseau autor do livro clássico “Contrato Social” foi
um crítico da democracia representativa, argumentando que apenas a democracia
direta, na qual todos os cidadãos participam diretamente das decisões
políticas, pode ser considerada verdadeiramente democrática.
John
Stuart Mill defendeu a democracia como um meio de proteger a liberdade
individual e promover o desenvolvimento humano. Ele argumentava que a
diversidade de opiniões na sociedade é essencial para o progresso e que a
democracia deve proteger o direito das minorias de expressar suas opiniões.
Alexis de Tocqueville, em sua obra “A Democracia na América”, analisou os
desafios e as virtudes da democracia nos Estados Unidos. Ele destacou o papel
da sociedade civil e da igualdade de condições na sustentação da democracia.
Robert Dahl foi um importante teórico contemporâneo da democracia. Ele
desenvolveu o conceito de “poliarquia”, que se refere a um sistema político
caracterizado pela competição política, pela participação dos cidadãos e pela
proteção dos direitos individuais.
A
democracia no Brasil tem uma história de avanços e retrocessos, desde a
independência do país até os dias atuais. A República Velha (1889-1930), o
Brasil experimentou um período de democracia limitada, caracterizada pelo
domínio político das elites agrárias e pela exclusão da maioria da população,
incluindo mulheres e pessoas negras do processo político. A Era Vargas
(1930-1945) trouxe mudanças significativas para o sistema político brasileiro,
incluindo a introdução de algumas medidas democráticas, como a instituição do
voto secreto e o reconhecimento dos direitos trabalhistas. No entanto, Vargas
também governou de forma autoritária em certos momentos. O Período Democrático
(1946-1964), após a Segunda Guerra Mundial, o Brasil viveu um período de relativa
estabilidade democrática, com a promulgação de uma nova Constituição em 1946 e
a realização de eleições regulares. No entanto, a democracia brasileira era
frágil, marcada pela corrupção, clientelismo e exclusão social. O Golpe Militar
(1964-1985) derrubou o governo democraticamente eleito de João Goulart, dando
início a um regime autoritário que durou mais de duas décadas. Durante esse
período, houve censura, perseguição política, tortura e violações dos direitos
humanos. Em 1985, aconteceu a redemocratização, com o fim do regime militar,
que culminou com a promulgação de uma nova Constituição em 1988. Desde então, o
país tem realizado eleições regulares e pacíficas, com a alternância de poder
entre os diferentes partidos políticos. Por fim, a democracia no Brasil é um
processo em constante evolução, com avanços e retrocesso ao longo do tempo. Mas
o povo brasileiro continua lutando para fortalecer suas instituições
democráticas e garantir o respeito aos direitos de todos os cidadãos.
Ronaldo Castilho é Jornalista e bacharel em Teologia e Ciência Política