O candidato da “Coligação: Piracicaba Merece o Melhor”, que reúne a Federação PSDB/Cidadania, MDB e PDT, Barjas Negri, esteve na manhã de terça-feira (27) nos estúdios da EPTV/Campinas, onde concedeu entrevista ao canal G1 Piracicaba e à rádio CBN/Campinas. A entrevista foi conduzida pelos jornalistas Sandra Lambert, Roberto Pereira e Felipe Pereira. Durante a conversa, foram discutidos temas como saúde pública, regularização fundiária, impugnação de candidatura, mobilidade urbana, desastre ambiental e enchentes.
O jornalista Rodrigo Pereira questionou Barjas sobre as terceirizações
das UPAs realizadas pela atual gestão.
Barjas afirmou que o PSDB não é contra a terceirização, mas se opõe firmemente a terceirizações que comprometam a qualidade dos serviços públicos.
Ele criticou a terceirização "apressada" de duas UPAs pela administração atual, apontando que a
UPA da Vila Sônia foi terceirizada de forma inesperada, resultando em uma série de reclamações da população. "Se
for necessário, o contrato deve ser interrompido, mas o mais importante é garantir que o serviço
seja prestado com qualidade. O que não pode acontecer é deixar de
atender bem os piracicabanos que dependem do
SUS", declarou.
Barjas
também mencionou a criação do Ambulatório Médico de Especialidades, que posteriormente foi terceirizado para a
Unicamp, sem gerar reclamações por parte da
população. "Da mesma forma, construímos o Hospital Regional sem
qualquer tipo de financiamento
externo, utilizando os recursos dos impostos pagos pelos piracicabanos. Posteriormente, articulamos com o governo
do Estado e com a Unicamp para terceirizar
a gestão do hospital para a Fundação
da Unicamp. Esse modelo está funcionando há cinco anos sem nenhuma
queixa, ao contrário do que se observa nas UPAs", ressaltou
Barjas.
O jornalista Felipe Pereira questionou Barjas Negri sobre os pedidos
de impugnação de sua
candidatura. Barjas respondeu que considera esses pedidos como meras estratégias de seus adversários
políticos. "Tenho 40 anos de vida pública e, ao longo desse tempo, assinei cerca de 30 mil contratos
ou convênios. Desses,
tive problemas com apenas três, e nenhum deles envolveu
desvios de recursos públicos, danos ao erário
ou enriquecimento ilícito. Nossos advogados já recorreram, e estamos
confiantes de que nossa candidatura
será deferida. Eu já esperava que os outros candidatos adotassem essa estratégia, pois as pesquisas, sejam elas boas ou ruins,
me colocam com 40% ou mais das intenções de voto. Se não recorrerem a essas táticas,
a possibilidade de não haver
segundo turno em Piracicaba é bastante alta", afirmou.
Barjas
também destacou que há uma decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal
(STF) favorável à sua candidatura, reforçando a legitimidade de sua participação nas eleições.
Os
jornalistas também abordaram a questão da habitação. Barjas Negri destacou as iniciativas de regularização fundiária
e urbanização de favelas que implementou em suas
gestões anteriores como prefeito de Piracicaba, e afirmou estar disposto a
repetir essas ações em relação
a algumas favelas
que surgiram após a pandemia. “Muitas pessoas perderam
seus empregos e sua renda
durante a pandemia. Já se passaram
quatro anos, e o atual prefeito não tomou nenhuma
iniciativa para regularizar essas áreas. Se eu voltar a ser prefeito, vamos resolver essa situação”, afirmou
Barjas.
Ele
também mencionou a Comunidade Renascer, destacando que é uma área particularmente difícil de regularizar.
“Para resolver essa questão, a prefeitura precisará desapropriar a área e fazer
o pagamento correspondente, e eu estou disposto a tomar essa medida”, enfatizou
Barjas. Além disso,
Barjas afirmou que, se eleito,
se comprometerá a levar
água potável e serviços de coleta de esgoto para todas as comunidades que ainda não têm
acesso a esses serviços
essenciais.
Sobre mobilidade urbana, Barjas Negri afirmou ser cauteloso quanto a desapropriações para a realização de grandes obras. “Eu tenho a oportunidade de destacar o que fizemos há dez anos, planejando o que seria necessário 20 anos depois. Construímos novas pontes sobre o rio Piracicaba, novos viadutos, ampliamos avenidas e criamos novas vias, tudo isso sem a necessidade de desapropriações. Atualmente, temos um grupo de trabalho analisando o que mais pode ser feito, como a implementação de rotatórias para melhorar o fluxo de veículos e a instalação de um sistema de semáforos inteligentes, entre outras ações”, declarou Barjas.
Os jornalistas também questionaram Barjas Negri sobre a mortandade de peixes ocorrida em julho deste ano no rio Piracicaba, considerada um dos maiores desastres ambientais da região. Barjas afirmou que a responsabilidade pela prevenção de problemas como esse recai mais sobre o governo do Estado do que sobre o município. "Prefeitos de Piracicaba, como eu, Mendes Thame, Humberto de Campos e José Machado, sempre se empenharam em realizar a coleta e o tratamento do esgoto, contribuindo para a despoluição do rio. Essa é a principal contribuição que o prefeito pode oferecer. No entanto, a fiscalização cabe à Cetesb, que possui os instrumentos legais e as legislações necessárias para isso", explicou.
Barjas
também enfatizou o papel dos deputados estaduais eleitos por Piracicaba, afirmando que, além de tirar fotos com o
governador, eles devem atuar na Assembleia Legislativa
para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) ou uma Comissão de Estudos para investigar o ocorrido. "Os
parlamentares de Piracicaba e da região têm a obrigação de defender o nosso rio,
identificar os responsáveis e agir para que isso não se repita. Não adianta apenas multar a usina envolvida; é preciso
garantir que medidas preventivas sejam adotadas para evitar futuros desastres", concluiu
Barjas.
Outro tema abordado pelos jornalistas foram as enchentes. Barjas Negri comentou
que, durante seu mandato como prefeito, contratou um estudo da
Universidade Federal de São Carlos,
que indicou a necessidade de construir barragens e tubulações na avenida 31 de Março. No entanto, segundo o
estudo, essas obras não resolveriam o problema de forma definitiva. "Esse projeto comprometeria significativamente o orçamento de Piracicaba
e, mesmo assim, só resolveria cerca de 70% do problema. Em caso de uma chuva muito
forte, as enchentes ainda ocorreriam", explicou Barjas.