Foto Crédito: Thiago Rochetto
Tradição,
qualidade e inovação são o tripé de 2024 da encenação mais popular da cidade,
a 34ª Paixão de Cristo de Piracicaba. As apresentações acontecem no
Parque Engenho Central na semana da Páscoa, entre os dias 27 e 31 de março,
sempre às 20h, e com uma sessão extra na Sexta-feira Santa (29 de março), às
17h. Nesta edição, integram o elenco 240 atores, além de 150 pessoas nos
bastidores. A direção é de Raul Rozados. Já Carla
Sapuppo assina a assistência de direção.
A realização da 34ª Paixão de
Cristo de Piracicaba é da Associação Cultural e Teatral
Guarantã, Semac (Secretaria Municipal da Ação Cultural) e Ministério da
Cultura. Patrocínio cultural, via incentivo da Lei Rouanet, da Caterpillar,
Drogal e Nippokar e apoio da Unimed. A produção do espetáculo lembra que,
devido a complexidade da montagem, ainda continuam captando recursos. “Outros
parceiros serão muito bem-vindos para somar e estar conosco neste evento que
abrange toda a região e atrai muitos turistas para Piracicaba na Semana Santa”,
afirmou o presidente da associação Guarantã, Marcelo Torresan.
Os ingressos estão à venda online no site www.megabilheteria.com ou
nas bilheterias do espetáculo – que abrem duas horas antes das apresentações,
no Parque Engenho Central. Os valores são: R$ 10 (meia-entrada para
arquibancada); R$ 20 (inteira para arquibancada ou meia-entrada para cadeira
numeradas); e R$ 40 (inteira para cadeiras numeradas).
A 34ª Paixão de Cristo de
Piracicaba conta com um elenco formado por 240 atores, além de 150
pessoas nos bastidores. A arquibancada é capaz de receber até 2.000 pessoas por
sessão. O presidente da associação Guarantã destacou seu convite para que toda
a região acompanhe a programação deste ano. Segundo ele, a montagem está
repleta de emoção e é um reflexo do empenho de toda equipe.
“Quem vier assistir o espetáculo pode ter
certeza que irá se emocionar muito. O texto e as cenas foram tratados com muito
carinho pela direção. Também contamos com o talento de nossos atores e atrizes,
que se doaram muito para que tudo saia maravilhoso”, pontuou Torresan.
Sendo um dos integrantes do grupo teatral
desde a sua origem, Torresan ainda ressaltou seu orgulho em
relação ao ambiente que foi construído ao longo das três décadas da Paixão
de Cristo de Piracicaba. “Estou no grupo desde 1991 e como eu, muitas
gerações e famílias se formaram dentro dos bastidores. Filhos e netos que
continuam conosco. Isso é muito gratificante, sinto muito orgulho de ser um dos
membros fundadores do Guarantã e fazer parte desta linda história, que foi
construída na cidade e que sempre se supera a cada ano”.
Um dos grandes desafios do espetáculo,
cuja história é extremamente conhecida por todos, é conseguir unir a tradição
com a perspectiva do diretor sobre a história. “Tem a trajetória do grupo e a
história que a gente quer contar. Neste sentido, podemos trabalhar com cenas
novas, que nunca apareceram ou que estavam em outras montagens e sumiram das
apresentações. Então, a gente vai tentando dar uma cara diferente, mas mediante
o que já experimentamos, afinal, são mais de 30 anos de experiências. Portanto,
acho que o grande desafio é inovar, e neste ano vamos ter inovações, contudo
sem perder de vista esse imaginário popular que a cidade tem sobre a Paixão
de Cristo”, relatou o diretor de 2024, Raul Rozados.
Entre as novidades dessa edição está uma
nova cena, que Rozados acredita que será memorável para o
público. “Tem uma cena que escrevi para essa montagem, que é a parábola do Joio
e do Trigo. Acho que ela ficou muito tocante. Mostra Cristo contando a
história, mas a ação se desenrola em um desfecho bastante surpreendente. Não
podemos dar spoiler, mas as pessoas que assistiram aos ensaios
consideraram um momento emocionante e inesperado”. Além da mensagem, a cena tem
um diferencial na sonoplastia, que a deixou ainda mais interessante.
Ao longo do roteiro, o diretor optou por
escolher uma abordagem para Jesus Cristo bastante engajada e representando o
seu contexto histórico e social. “Questionamos também se Jesus vivendo entre
nós nos dias de hoje, com quem ele estaria, ao lado de quem ele andaria? O
público com certeza irá entender e será muito marcante”.
Segundo a assistente de direção, Carla
Sapuppo, foram quatro semanas de dedicação antes de gravar as falas da
Paixão de Cristo. O elenco com textos para ser dito trabalhou diariamente, a
partir dos núcleos dos personagens. “Por isso, neste ano fomos super confiantes
para fazer a gravação”. A perspectiva é uma qualidade ainda maior neste
quesito.
Carla também explicou o processo de construção
dos personagens e preparação do elenco. “A gente começou em novembro as
oficinas. Cada uma delas tinha um título, porque havia muita gente nova e o
intuito principal era conhecer essas pessoas. Então, as oficinas serviram para
isso, além de promovermos a interação do elenco e prepararmos os atores. No
decorrer das oficinas, no final delas, a gente escolheu os personagens para a
Paixão de Cristo de 2024”.
Durante as oficinas, os atores ficaram
livres para escolher o personagem que tinham interesse em interpretar. A
direção e a assistência subsidiaram o elenco com informações sobre a história
dos personagens e da região em que ocorreu a Paixão de Cristo, para
que todos entendessem melhor o que estava acontecendo naquele momento
histórico. Com isso, os atores apresentaram imagens e integraram diversas
dinâmicas teatrais. “Como demos bastante subsídio para os autores, coube a eles
traduzir tudo isso. Então, por meio do entendimento deles para a construção do
seu personagem, é que realizamos a etapa individual de preparação para a
montagem”.
Fechamento de um ciclo – O ator Charles
Mariano faz sua estreia como Jesus Cristo em 2024. Integrante do
espetáculo desde 1996, ele observa como o fechamento de um ciclo poder
interpretar o personagem protagonista da história.
“Quando eu comecei tinha 16 anos. Lembro
que uma grande amiga teve que assinar a minha autorização, pois eu era menor de
idade. Foi um momento ímpar na minha vida. Sonhei que podia ter um personagem
com fala, até que um ano eu interpretei um apóstolo e depois virei “coringa”
dos apóstolos. Ao longo dos anos, foi muito bom participar e ver grandes atores
em cena, como o próprio Raul Rozados e o Thomas Polla,
que foi magistral interpretando Jesus quando eu comecei, além de muitos outros
ali, que eu pude acompanhar. Fui aprendendo com eles”, disse.
Para Mariano, só faz a Paixão
de Cristo de Piracicaba quem tem paixão, pois é um espetáculo que
exige bastante empenho. Na sua opinião, a montagem significa “família, amizade,
encontros, alegria e muitas vitórias”.
Sobre a preocupação em interpretar Jesus
Cristo, o ator apontou que a experiência está sendo única e indescritível. “É
uma mistura de emoção e alegria, ao mesmo tempo um peso gigantesco e uma
felicidade tremenda de fazer Jesus depois de muitos anos atuando na Paixão de
Cristo. Posso falar que é um ciclo maravilhoso, principalmente se tratando de
estar com pessoas tão geniais e fabulosas dirigindo o espetáculo. O Raul e a
Carla realizam um trabalho de maneira apaixonada. Estou muito feliz e tenho
buscado a minha excelência nesse personagem neste espetáculo que é grandioso.
Fazer Jesus é transportar o amor que ele teve ao se entregar na cruz”.
Além da preparação física, Mariano buscou
encontrar o tom de voz certo para o personagem, um tom que transmite a paz e o
amor que Cristo espalhou pelo mundo.
SERVIÇO
34ª Paixão de Cristo de Piracicaba
Quando: De 27 a 31 de março (de
quarta-feira a domingo)
Horário: todos os dias às 20h; e sessão
extra na Sexta-feira Santa (29 de março), às 17h
Local: Parque Engenho Central
Endereço: av. Maurice Allain, 454 - Vila
Rezende
Ingressos online (a partir de 15 de
fevereiro): www.megabilheteria.com
Valor dos ingressos: R$ 10 (meia-entrada
para arquibancada); R$ 20 (inteira para arquibancada / meia-entrada para
cadeira numeradas); e R$ 40 (inteira para cadeiras numeradas)
Informações: www.guaranta.org.br ou
(19) 3413-7888