Você tem medo de que?!

 

Bom dia, pessoal!

 

Hoje, gostaria de refletir com vocês sobre esta que talvez seja a emoção mais comum a todos os seres humanos: o medo. Embora seja algo nem um pouco agradável de se sentir, o medo cumpre um papel importantíssimo: o de nos proteger. Isto mesmo, sem medo, nos arriscaríamos tanto física quanto emocionalmente de forma muito perigosa à nossa integridade. É o medo que nos faz parar e refletir sobre se devemos ou não fazer alguma coisa em situações que envolvem riscos.

 

O cérebro libera algumas substâncias em determinados momentos as quais disparam certas sensações e elas nos fazem ter a certeza de que precisamos fazer algo, caso contrário, poderemos estar em “maus lençóis”, como diria minha mãe! Um exemplo: caminho tranquilamente pela rua e, de repente, avisto uma pessoa olhando fixamente para mim e vindo diretamente em minha direção! Imediatamente meu coração acelera e penso: serei assaltada! Seguro a carteira mais forte, penso em como reagir e decido: preciso sair daqui! Esta é uma situação entre tantas outras que vivemos que dispara uma reação involuntária deste incrível “computador ultrassensível” chamado cérebro! Tal reação, disparada pelo medo, é o que nos leva a agir imediatamente de alguma forma.

 

Porém, em certas situações, nos sentimos tão ameaçados que ao invés de agirmos, congelamos! Parece impossível fazer algo, às vezes nem mesmo nos mexer fisicamente, ficamos totalmente paralisados, nos sentindo incapacitados diante da situação. E isto é muito mais comum do que imaginamos, principalmente do ponto de vista emocional. É que o medo também pode ser disparado por sentimentos como desconfiança, culpa, vergonha, ansiedade e por expectativas que criamos a respeito de como deveríamos encarar certas questões ou situações na vida.

 

Em outro momento, eu disse que somos dominados por tudo aquilo com o que nos identificamos. Pois é, quando nos sentimos incapazes ou tão tristes que não temos forças para reagir, ou ainda descrentes de que algo possa ser diferente, aí o medo nos paralisa, pois a incapacidade, a tristeza ou a descrença assumem proporções tão grandes que é como se nosso ser e nosso cérebro estivessem totalmente dominados por tais sentimentos. Isto nos imobiliza e traz a sensação de congelamento que, em outras palavras, é a sensação de sermos totalmente incapazes de lidar com o que se nos apresenta em determinado momento.

 

A questão fundamental que fica é: do que temos medo? Do fracasso? De decepcionar ou sermos decepcionados? Temos medo do abandono? Ou seria do desprezo alheio? Parafraseando os Titãs, pergunto: você tem medo de que? Na música “Comida” de autoria deles, há uma frase muito interessante que diz: “A gente quer inteiro e não pela metade”.

 

A frase da música dos Titãs pode ser uma dica muito interessante! Mesmo diante do medo, depois de ter passado esta sensação incômoda, mas que sempre cumpre o papel de nos proteger do perigo concreto ou emocional, a questão que fica é: você está reagindo diante do que lhe causa medo com a inteireza do seu ser? Você está olhando para o que lhe causa medo também com suas capacidades e potenciais ou só com suas dificuldades? E ainda mais: você realmente não dá conta ou acredita não dar conta da situação que lhe causa medo?

 

Muitas vezes, no palco da mente, sentimo-nos como marionetes do destino e não como os diretores das cenas da vida! Um diretor é aquele que conhece tudo sobre o espetáculo, ele sabe da importância de toda a equipe, dos atores e de toda a equipe técnica: quando alguém deve entrar em cena, a emoção a ser passada nas falas, nos gestos, de como iluminar os atores e o palco para atingir o efeito desejado. Ele sabe cada fala e cada recurso daquele teatro.

 

Assim, convido você a se perguntar: acredito que sou, que posso ser o diretor da minha vida? Ou será que me sinto como uma marionete, manipulado pelos eventos sem chance de decidir como lidar com eles?! Sou diretor ou marionete?! O medo me domina ou sou capaz de usá-lo como fator de segurança e não de paralisia?

 

Como sempre, e você já deve ter percebido isto, meu insistente convite é para que você se conheça profundamente! Que se perceba não só nas suas dificuldades, mas também nas suas capacidades! Nós só podemos mudar aquilo que conhecemos. Conhecer-se pode ser um caminho surpreendentemente prazeroso, se você se colocar como diretor da própria vida, decidindo o que lhe serve, o que faz sentido e aí, o medo será apenas sinal de alerta e não fator paralisante!

 

Desejo um incrível espetáculo da vida pra você!

 

Bia Mattos

Psicóloga CRP 06/29269


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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Rosangela Rossi - 21/09/2021 12h07
Adorei!!! Obrigada por compartilhar seu conhecimento!!!