O mercado da bola é, com certeza, uma fábrica de sonhos e está mais para a fantasia do que para a realidade, com cifras astronômicas pelo passe dos jogadores da elite do futebol mundial. 

A recente informação do interesse do Real Madrid pelo jovem atacante Mbappe, do PSG, é, na minha modesta opinião, uma afronta nesse momento de pandemia e, pasmem, fez com que a equipe francesa recusasse a oferta de mais de $1 bilhão feita pelos espanhóis. 

Outro caso que chamou a atenção foi o do interesse do Corinthians pelo meia Willian, do Arsenal, que formalizou uma proposta de valores não revelados, mas que tem um sério problema para resolver: como pagar 700 mil reais por semana ao jogador de 32 anos.

Como um clube sediado na periferia de São Paulo, em Itaquera, onde reside uma população formada quase que em sua totalidade por trabalhadores, que cumprem uma jornada de trabalho de, pelo menos, 8 horas diárias para ganhar um salário que não chega a 3 mil reais por mês, tem a ousadia de pleitear a contratação de um atleta em final de carreira, pagando essa fábula de 700 mil reais por semana?

É, no mínimo, uma afronta a toda a classe trabalhadora e uma vergonha num país onde mais de 13 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da miséria e que tem, paradoxalmente, no futebol a sua maior fonte de diversão e entretenimento 

Colunista: Carlos Eduardo Gaiad - Jornalista


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