No Afeganistão estamos acompanhando mais um trecho da história de vidas sob controle.

O Talibã que durante seu último governo, de 1996 a 2001, proibia a educação e o trabalho para mulheres e meninas e restringia acesso até aos cuidados de saúde, está novamente fazendo cumprir a própria lei. Já na primeira ordem após a retomada do controle na semana passada, reuniões entre funcionários homens e mulheres foram proibidas.

Os direitos sociais e econômicos conquistados nos últimos 20 anos acabaram repentinamente. No que diz respeito às punições: em primeiro lugar, lançam uma advertência; a punição vem depois: humilhação pública, prisão, espancamentos, chicotadas.

"De repente, a maior parte de nossas liberdades foi retirada de nós. É tão difícil. Mas não temos escolha. Eles são brutais. Temos que fazer o que eles dizem. Eles estão usando o Islã para seus próprios fins. Todos somos muçulmanos, mas as crenças deles são diferentes.", disse uma parteira afegã em entrevista à BBC.

O que vemos ESCANCARADO no Afeganistão me motivou a trazer a questão do 'CONTROLE' em pauta. Vamos pensar em nossas vidas, relacionamentos, nossa realidade. Traçando um paralelo com esse domínio brutal acontecendo tão distante de nós geograficamente, conseguimos encontrar semelhanças, sim. Nossa simples condição humana nos aproxima sempre. O comportamento humano é humano em qualquer lugar. Sem distinção.

Podemos ORAR pelos nossos irmãos dominados, e ao mesmo devemos fazer a parte que nos cabe no cotidiano e com os que nos rodeiam. Principalmente para com aqueles que nos são caros, e os quais paradoxalmente nos esforçamos em CONTROLAR sob o pretexto de AMAR.

GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES, NÓS TAMBÉM CERCEAMOS LIBERDADES!! O tempo todo e sem percebermos.

Expressamos amor de acordo com nossas interpretações, crenças, nosso histórico de vida, condições e limites. Assim como os talibãs interpretam de maneira extremista a lei islâmica e agem de acordo.

 Qual a sua compreensão sobre o amor?

E sobre o oposto desse sentimento? Uns dizem que é o ódio, outros a indiferença, mas para Jung é o PODER.  Já parou para pensar nisso?

Carl Jung, psiquiatra suíço responsável por fundar a psicologia analítica, é dono da afirmação "Onde o AMOR impera não há desejo de poder; e onde o poder predomina há falta de amor. Um é a sombra do outro.”

Partindo desse princípio o amor não floresce em solo de domínio sobre o outro.

A frase de Jung reverbera nos dias atuais, já que estamos imersos em uma sociedade na qual o poder, em geral, se tornou o principal foco de conquistas, inclusive nas relações afetivas.

CONCORDA ou NÃO? Faz sentido para vocês?

O que significa AMOR?

Como temos AMADO e demonstrado AMOR?

Aproveito a reflexão nesse espaço para compartilhar uma indicação de leitura que aborda o amor e suas formas. No livro "As 5 linguagens do AMOR",  Gary Chapman afirma que as pessoas expressam e recebem amor de 5 maneiras diferentes: tempo de qualidade, palavras de afirmação, presentes, atos de serviço e toque físico. Para o autor, descobrindo nossa  linguagem e a de nossos entes queridos, elevamos os relacionamentos a patamares mais saudáveis e felizes.

Por mais amor e menos controle. 

Colunista: Gabriela Bertoli - Jornalista


Deixe seu Comentário