Abusos e violência doméstica têm crescido em proporções alarmantes, não só no Brasil, como internacionalmente. E a pandemia trouxe mais dificuldades quanto à luta contra a violência doméstica, assim como os meios criados para dar suporte às vítimas.

Na semana passada assistimos a prisão do DJ Ivis, em Fortaleza, por agressões contra a ex-mulher, Pamela Holanda.

Lendo reportagens sobre o assunto, me deparei com uma colocação da Promotora de Justiça do Enfrentamento à Violência Doméstica, Nathalie Malveiro, afirmando em entrevista que esse caso seria ‘fruto de uma naturalização da agressão às parceiras em relacionamentos afetivos’.

"Essa naturalização da violência contra a mulher faz com que os homens entendam que é normal isso. Provavelmente, ele viu algum parente tratando as esposas dessa forma e, para ele, essa é uma situação normal, por isso que ele consegue dar uma desculpa esfarrapada para a violência absurda", completou a Promotora. Eu acrescento lembrando que o mesmo pode-se dizer para outras formas de abuso, como a violência psicológica.

Vamos nos debruçar sobre as raízes culturais das violências contra a mulher? Partindo do princípio de que vivemos numa sociedade machista, patriarcal, precisamos aprofundar nosso olhar e voltar muitas e muitas vezes nossa atenção para essa situação, dando mais ênfase ao ponto de vista da educação, que é a BASE de tudo. Para chegarmos aos lares, um avanço nessa questão começa através da escola e da mídia.  Eu penso nas instituições de ensino, nos influenciadores, nos formadores de opinião e nos veículos de comunicação como principais agentes de educação, de conscientização. São nossas fontes de alerta e informação que constroem conhecimento e que, consequentemente, nos levam à desconstrução desse tipo de prática.

Discussão necessária e urgente! Razão pela qual trago esse assunto aqui para a coluna.     E você, caro leitor, caso sinta vontade, pode contribuir compartilhando o link do texto para seus amigos, familiares, conhecidos e vizinhos. Sejamos os canais para a promoção da cultura de paz!

Temos que falar MAIS sobre isso!

Precisamos aprender a reconhecer as diferentes formas de violência. Precisamos aprofundar a reflexão sobre como podemos evitá-las, e o que devemos fazer em casos de agressão.

Física, psicológica, moral, sexual e patrimonial: são formas de agressão complexas, perversas, que não ocorrem isoladas umas das outras e têm graves consequências para a mulher. Qualquer uma delas constitui ato de violação dos direitos humanos e deve ser denunciada‼️

 

Como identificar e combater a violência? Pesquisando encontrei um site utilíssimo com muitas informações sobre os tipos de abusos e violências, sobre o ciclo da violência, sobre a Lei Maria da Penha e canais de ajuda. Basta acessar: https://www.institutomariadapenha.org.br/

  Vale sobre a ‘Central de Atendimento à Mulher’ – através do número telefônico 180 - que presta escuta e acolhida às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha denúncias de violência aos órgãos competentes e também fornece informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando eventos de violência contra a mulher. O “Ligue 180” atende todo o território nacional e também pode ser acessado em outros países.

Colunista: Gabriela Bertoli - Jornalista


Deixe seu Comentário