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Coluna - Entre Linhas com Ivana Negri

Publicada em: 02/10/2025 17:25 -

Nossos amigos animais

Ivana Maria França de Negri

 

Quem nunca chorou a perda de um animal de estimação? Aquela criaturinha que só faltava falar, que um dia chegou pequenina, fazendo bagunça, destruindo tapetes e afiando as unhas no sofá, mas que depois aprendeu a se comportar.

E esse filhote alegre e brincalhão, logo tornou-se nosso melhor amigo, que sempre sabia quando precisávamos de companhia e de uma demonstração de carinho.

Os laços que se criam entre humanos e seus animais de estimação são tão fortes que um adivinha o que o outro está pensando.

Mas o tempo passa depressa e nosso amigo envelhece... Já não está ágil como antes, enxerga pouco, anda devagar, o pêlo embranquece e perde o brilho, os dentes caem, as doenças da idade avançada aparecem, e um dia ele acaba partindo, como todo ser vivo.

A gente chora e lamenta. Sente falta dos latidos, gorjeios ou miados, sons que ficam por um bom tempo ainda impregnados em nossa memória. E após o momento doloroso do desenlace, o que fazer com o corpinho? Quem tem chácara ou espaço no quintal pode dar um enterro digno ao seu amigão que partiu, mas quem mora em apartamento, nunca sabe que atitude tomar. Fica com pena de jogar no lixo o corpo ainda quente do seu bichinho de estimação.

Nem todo mundo tem conhecimento, mas existe em Piracicaba um cemitério de animais. Lá são enterrados cães, gatos, passarinhos e outros bichos. Um lugar bonito, agradável e arborizado, onde repousam os restos mortais de centenas de animais.

            A dona e idealizadora do local, Myriam Vendemiatti, é uma pessoa dedicada, que faz desse seu trabalho um imenso ato de amor.

Muito já chorei nesta vida por meus cães, gatos, tartarugas, hamsters, pássaros, coelhos, peixinhos, companheiros de pêlos, penas ou escamas que tive na vida e já partiram. E vários deles repousam lá no Paraíso do Amigo, esse cantinho aconchegante que abriga os restos mortais dos nossos companheiros de jornada.

Tenho certeza que os animais são alminhas em evolução Num estado mais rudimentar, é claro, mas certamente uma centelha divina como nós.

Por crer nisso, também tornei-me vegetariana há várias décadas, por não querer fazer do meu estômago um cemitério de corpos de animais judiados. Isso me faz sentir em paz e com a consciência tranquila.

Todas as criaturas merecem respeito e uma vida digna.  

No mês de outubro, mais precisamente dia 4, celebramos o Dia Mundial dos Animais, e também do seu protetor e padroeiro, meu santo preferido, São Francisco de Assis, que chamava todas as criaturas de irmão e irmã, pois somos todos feitos da mesma matéria, criados pelo mesmo Deus e irmanados pela mesma essência divina.

 

                           Ivana Maria França de Negri é escritora

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