O Dia Mundial da Luta contra a Raiva, celebrado no dia 28 de setembro, foi instituído pela Aliança Global para Controle da Raiva em 2007 e serve como alerta para a prevenção dessa doença ainda presente em alguns países, entre eles o Brasil.
Os morcegos hematófagos, conhecidos popularmente como “morcegos-vampiros” e mais comum em áreas rurais, são os principais reservatórios do vírus da raiva. Eles podem carregar o vírus por longos períodos antes de adoecerem, transmitindo-o principalmente para bovinos e equinos não vacinados.
No entanto, outras espécies de morcegos — frugívoros, nectarívoros e insetívoros — adaptaram-se ao meio urbano e convivem diariamente com os humanos, o que amplia a necessidade de monitoramento da saúde pública.
Nas cidades, os riscos estão ligados a mordidas, arranhaduras ou ao convívio em locais onde os morcegos buscam abrigo, como telhados, forros e árvores.
VACINA GARANTE PROTEÇÃO - A vacinação contra raiva em cães e gatos é uma das medidas adotadas pelo Centro de Controle de Zoonoses para garantir o controle da doença que não tem cura.
Para a vacinação de rotina de cães e gatos, que deve ser realizada anualmente, o CCZ é um posto fixo constante o ano todo. O atendimento acontece de segunda a sexta-feira das 9h às 15h e aos sábados e domingos, das 9h às 11h.
Embora a raiva canina esteja controlada no Estado de São Paulo – há 26 anos não há registros de casos tanto em humanos como em caninos, os cães e gatos ainda podem ser contaminados pela raiva transmitida pelos morcegos e mesmo com a suspensão das Campanhas de Vacinação Antirrábica no Estado, desde o ano de 2022, ainda existe a necessidade e a obrigatoriedade da vacinação anual contra a Raiva (Lei Estadual nº 2.858/54), bem como das demais atividades do Programa de Vigilância e Controle da Raiva no Estado de São Paulo.
“Vale lembrar que mesmo para os animais (cão ou gato) que não têm acesso às vias públicas, é necessário mantê-los imunizados contra a raiva, pois podem se contaminar por meio do contato com morcegos infectados, dentro da própria casa ou apartamento; principalmente os felinos que tem hábito de caça”, explica o veterinário do CCZ, Ételcles Mendes.
PREVENÇÃO - Para reduzir os riscos, as autoridades de saúde recomendam o bloqueio da entrada de morcegos em telhados e forros com telas ou barreiras físicas. Outra recomendação é nunca manusear morcegos mortos ou feridos e acionar o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) pelo telefone 3427 2400; manter a vacinação anual de cães e gatos; evitar locais com acúmulo de fezes sem equipamentos de proteção e procurar imediatamente uma unidade de saúde em caso de contato direto com morcegos.
O veterinário do CCZ destaca também que não existe tratamento para a raiva, tanto em humanos como em animais. “Após o contágio por meio da mordida ou arranhões, o vírus presente na saliva se espalha pelo sistema nervoso periférico até atingir o sistema nervoso central, provocando dor de cabeça, formigamento, paralisias e convulsões, sendo altamente fatal neste estágio”, pontua, informando a seguir que a vacinação é a única proteção e não deve ser encarada simplesmente como uma obrigação legal, mas como um direito fundamental de saúde e bem-estar dos animais e de toda sociedade.