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Coluna: Inteligência Artificial com Sabrina Scarpare

Publicada em: 24/09/2025 07:33 -

Microdramas: a nova forma de contar histórias que está redefinindo o entretenimento digital

É nesse cenário acelerado que surge a febre dos microdramas, séries ultracurtas, com episódios de um a três minutos, pensadas para o celular, para serem consumidas no ritmo do nosso dia a dia. Essa fórmula nasceu na China e na Coreia do Sul, viralizou e conquistou o público, arrecadando bilhões de dólares só em aplicativos. Drama é um gênero narrativo que explora conflitos emocionais e racionais intensos.

Só para você ter uma ideia, na China, o mercado de microdramas explodiu neste ano de 2025 e já movimenta cerca de US$ 9,4 bilhões, superando, pela primeira vez, toda a bilheteria dos cinemas do país, com projeção de alcançar mais de US$ 14 bilhões até 2028.

Hollywood também está se movimentando, claro. A startup americana MicroCo está montando estúdios inteiros para microdramas, apostando pesado em produção acelerada, usando inteligência artificial para criar roteiros, montar e até sugerir o rumo das histórias — tudo com orçamentos enxutos e zero medo do experimental. Afinal, hoje é possível testar, analisar e alterar episódios em tempo real, de acordo com o engajamento do público.

A equipe de liderança da MicroCo é composta por pesos pesados da indústria do entretenimento. Jana Winograde, ex-presidente da Showtime e ex-chefe de operações comerciais da ABC, assumirá o cargo de CEO. Susan Rovner, que ocupou cargos importantes na Warner Bros. TV e na NBCUniversal, ingressará em outubro como diretora de conteúdo. Erick Opeka, diretor de estratégia da Cineverse, também está envolvido no projeto, assim como Lloyd Braun, da Banyan Ventures, e Chris McGurk.

Nos Estados Unidos, o fenômeno dos microdramas está em franca ascensão, com US$ 700 milhões movimentados apenas no primeiro trimestre de 2025 em vendas internas de aplicativos. A ideia é a seguinte: liberar ao espectador os primeiros episódios gratuitamente e cobrar pelos seguintes. É transformar conteúdo em ativo com valor de mercado, e não apenas em um post viral. A expectativa para esse setor é enorme para 2026.

Qual o papel do storytelling e da IA nessa nova forma de contar história?

A primeira pergunta que você precisa se fazer é: o que faz com que o microdrama seja atraente para o seu público? A resposta está no storytelling, ou seja, qual história vai ser contada? A forma como você vai envolver o seu público vai depender da narrativa criada, do objetivo da mensagem. Nos poucos minutos, a narrativa precisa prender a atenção do público para que ele queira saber mais e mais a história. 

Já com os modelos generativos avançados, produtores de microdramas conseguem criar roteiros originais em minutos, sugerir enredos alternativos ou adaptar histórias conforme tendências e feedback do público. Ferramentas de IA permitem que microdramas sejam rapidamente traduzidos e legendados para vários idiomas, ampliando o alcance internacional. Além disso, a história pode mudar o rumo a qualquer momento, com mostra de dados em tempo real sobre opiniões do público

O “Brad Pitt” dos microdramas
O ator americano de microdramas, Kasey Esser, está em plena ascensão de sua carreira. Ele é o galã das “novelas verticais” e está faturando alto, gravando em estúdios de forma independente. E detalhe: ele não é apenas a estrela que interpreta o personagem, mas também escreve e produz. É preciso escolher criadores com quem se constrói uma história, e não só posts, não é mesmo?

E não pense você que só rolam os tradicionais romances clichê! O “boom” agora é experimentar novos gêneros: terror, ação, mistério, animação e histórias familiares estão dominando as plataformas, que já batem centenas de milhões de acessos mensais fora da China. O segredo do sucesso? Entender o ritmo, o gosto e até o humor de quem assiste.

Aqui no Brasil, a Globo estreia sua primeira produção 9:16 para o TikTok, testando narrativas curtas, ganchos constantes e elenco pensado para o feed.

O mais interessante é que essa revolução ainda está só no começo. No Brasil e no mundo, as cartas estão sendo embaralhadas quase todos os meses. Talvez o próximo microdrama de sucesso não saia de Hollywood nem de Xangai, mas do seu bairro, do celular da sua turma, da mente de quem nunca escreveu um roteiro, mas tem uma boa história para contar em poucos minutos.

E você, já imaginou criar ou viver um microdrama? Que tipo de história gostaria de ver ou criar nesse novo formato?

Até semana que vem ;)

 

 

Sou Sabrina Scarpare, jornalista e especialista em narrativas para empreendedores, experts e criadores de conteúdo que usam a IA como base estrutural da sua comunicação. Toda semana, escrevo e envio informações atualizadas e relevantes sobre storytelling e IA para negócios inteligentes, ajudando profissionais a se manterem atualizados e informados sobre as últimas tendências de inovação e criação de conteúdo com IA.

 

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