Mente & Foco
24ª Edição
Título: Quando alguém desenvolve Alzheimer, duas pessoas precisam de cuidado: quem tem a doença e quem acompanha.
Conviver com alguém que tem Alzheimer não afeta apenas quem recebe o diagnóstico. Afeta a rotina, os diálogos, os gestos e, principalmente, a forma como toda a família aprende a se relacionar.
Quando uma lembrança se apaga, não é só o passado que parece escapar pelos dedos. É também o presente que pede novas formas de cuidado, paciência e amor.
É preciso aprender a contar a mesma história pela centésima vez, sorrir diante do mesmo comentário, responder à mesma pergunta não porque o outro esqueceu, mas porque você escolhe permanecer junto.
Esse exercício diário de presença pode ser cansativo, e tudo bem admitir isso. A raiva, a tristeza e a exaustão também fazem parte desse processo.
Validar esses sentimentos não diminui a importância do cuidado, pelo contrário: traz humanidade a quem cuida.
Na Terapia Cognitivo-Comportamental, olhamos para esses momentos como oportunidades de ressignificar. Não se trata de romantizar a dor, mas de encontrar sentido no ato de cuidar. Em vez de “eu não aguento mais”, abrir espaço para “eu não preciso fazer isso sozinha, posso buscar
apoio”.
O Alzheimer ensina que amor não é só lembrança, é também presença. Às vezes, o elo mais forte não está na memória que se foi, mas na mão que se oferece, no olhar que acolhe, no gesto que insiste em permanecer.
E você? Já viveu de perto essa experiência? Sua história pode acolher outras pessoas que hoje também atravessam esse caminho.
Giovana Mendes
Psicóloga | CRP 06/213988
Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e
Transtornos Alimentares
Rua Dr. Alvim, 825 – São Dimas
Base – Espaço de bem-estar e saúde