O Dia Internacional do Gato, comemorado todo ano no dia 8 de agosto, é uma data criada em 2002 pelo International Fund for Animal Welfare (Fundo Internacional para o bem-estar animal, em tradução literal) para conscientizar as pessoas sobre as características e necessidades destes animais. A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba, responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses, pode celebrar nesta data o aumento do número de castrações realizadas nos chamados núcleos de felinos – gatos de rua que têm vida livre e vivem em grupos. Em seis meses – até julho desse ano – já foram castrados 203 animais, superando a marca de 188 animais castrados durante 2024 inteiro.
“Ano a ano estamos aumentando o número de gatos castrados”, ressalta Carina Baron, gerente de Vigilância em Saúde. Ela explica que o trabalho é lento, por suas características específicas. “A captura é o ponto crítico da ação. No entanto, alguns núcleos (de gatos) estão chegando ao ponto de equilíbrio e, se não houver novos abandonos nestes locais, entrarão em declínio”, explica Carina.
AÇÃO PREVENTIVA - A castração é uma medida de prevenção contra a ocorrência de doenças como a Esporotricose, uma micose causada pelo fungo do gênero Sporothrix, que infecta os gatos por contato com solo, espinhos ou galhos, e por meio de ferimentos ou arranhões.
A esporotricose é uma zoonose altamente contagiosa, transmitida entre animais e humanos, principalmente por contato direto com o fungo, como arranhões, mordidas ou feridas abertas em gatos infectados.
Os principais sintomas em gatos são nódulos, feridas ulceradas, secreção nasal, espirros, dificuldade para respirar, perda de apetite, emagrecimento e inchaço dos linfonodos. O tratamento inclui pomadas antifúngicas e medicamentos orais.
Nos seres humanos, a esporotricose geralmente se manifesta como uma pequena ferida ou nódulo avermelhado, que pode ulcerar e coçar. O tratamento se faz com o uso de antifúngicos, especialmente se diagnosticada precocemente.
“Castrar os gatos, é uma medida de prevenção, pois a castração controla o número de felinos e os mantêm mais caseiros, evitando que os felinos tenham acesso às áreas de terra ou mata, e consequentemente diminuindo a transmissão da doença”, explica o veterinário do Centro de Controle de Zoonoses, Etelcles Mendes.
“A conscientização sobre prevenção, cuidado com os animais e busca por atendimento veterinário ao notar lesões suspeitas são essenciais para controlar a disseminação da doença, especialmente em áreas urbanas com muitos felinos,” complementa o veterinário.
O CCZ vem cadastrando e monitorando os núcleos felinos em Piracicaba mais frequentemente desde 2023, ação que conta com a colaboração de inúmeros protetores e munícipes, que voluntariamente auxiliam na captura e transporte destes animais até o CCZ, para a esterilização destes felinos.
A castração tende a manter os animais mais tranquilos, circulando no entorno dos pontos de alimentação e abrigo, sem disputas por territórios ou fêmeas no cio, conforme o veterinário. “Com a circulação reduzida dos felinos, o contato com outras colônias
diminuirá e será possível minimizar o risco de zoonoses como a esporotricose.”