
Por
Adriana Passari - @adrianapassari
O
título desta história está no final (não leia antes)
Ela
o escolheu, da mesma forma que escolheu todos os anteriores: à primeira vista.
Olhou, gostou do que viu e seguiu com ele. Tinha ótimas expectativas. Ele se
abriu para ela oferecendo romance, aventura, risos e choros, algum aprendizado.
Sempre aprendia com eles. Até o dia que acabava. Todos eles chegavam a um fim.
Alguns términos mais dramáticos do que outros. Alguns deixando mais saudades do
que outros.
Mas
ela era assim. Não sabia ficar sozinha. O tempo todo estava acompanhada e assim
era feliz. Entre um e outro, tinha momentos solitários, até começar uma nova
história. Mas daí começava e tudo era novo de novo. Ate um dia que ela, sem
perceber, escolheu um diferente.
No
começo parecia igual, mas não era. Tinha aventura, como os outros, mas não era
igual. Tinha romance, como os outros, mas não era igual. Tinha risos como os
outros, mas não era igual. Tinha alguma tristeza como os outros, mas não era
igual. Esse, ao que parecia, não chegava ao fim. Nunca. A história seguia e
seguia, virava e mexia, cansava às vezes, mas não chegava ao fim. Era estranho.
Mas
um estranho mais desafiador do que ruim. Curioso. Ela já não sabia o que
esperar depois e depois. E por isso mesmo, seguia. Desafiada, surpresa,
curiosa, seguia virando as páginas daquela história que parecia estar sendo
escrita permanentemente, a cada momento. Não encontrando o ponto final, seguiu
lendo as entrelinhas e tropeçando em vírgulas. Até não se sabe quando… um
epílogo eterno garantido pelas reticências da oração.
Esta
história pode ser sobre livros, amores ou a vida (agora leia de novo)
Ouça a história na voz de Adriana Passari: