
24. Cosmos
Eu sempre gostei de
astronomia, sou aficionada por assuntos sobre o espaço sideral e adoro ficção
científica.
Quando eu era criança,
acordava bem cedinho para assistir um programa de televisão que se chamava
“Cosmos”. Todos ainda dormindo e eu na sala encantada com as descobertas
científicas de Carl Sagan. Nunca me esqueci deste nome.
Carl Sagan foi físico,
biólogo, professor, cientista, astrônomo, astrofísico, cosmólogo, escritor,
nascido em 1934 nos EUA, é considerado um dos maiores divulgadores científicos
de todos os tempos.
Publicou o livro “Pálido Ponto
Azul”, se referindo a uma imagem que a sonda Voyager tirou da Terra e em um dos
trechos, escreveu:
“Olhem de novo para o ponto. É
ali. É a nossa casa. Somos nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, que
conhecemos, de quem já ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram,
vivem ou viveram as suas vidas.
Toda a nossa mistura de
alegria e sofrimento, todas as inúmeras religiões, ideologias e doutrinas
econômicas, todos os caçadores e saqueadores, heróis e covardes, criadores e
destruidores de civilizações, reis e camponeses, jovens casais apaixonados, pais
e mães, todas as crianças, todos os inventores e exploradores, professores de
moral, políticos corruptos, “superastros”, “lideres supremos”, todos os santos
e pecadores da história da nossa espécie, ali – num grão de poeira suspenso num
raio de sol.
A Terra é, até agora, o único
mundo conhecido que abriga a vida. Não há nenhum outro lugar, ao menos no
futuro próximo, para onde nossa espécie possa migrar. Visitar, sim. Goste-se ou
não, no momento a Terra é o nosso posto.
Talvez não exista melhor
comprovação da loucura das vaidades humanas do que esta distante imagem de
nosso mundo minúsculo.
Para mim, ela sublinha a
responsabilidade de nos relacionarmos mais bondosamente uns com os outros e de
preservarmos e amarmos o pálido ponto azul, o único lar que conhecemos.”
Para Sagan, era muito fácil
perceber a pequenez do ser humano diante da magnitude do universo, era fácil
perceber também que a mesquinhez do ser humano em relação aos cuidados com o
próprio planeta é absurda, já que não há para onde “correr”.
A ciência comprova muitas
teorias e a cada dia temos mais informações vindas do espaço, podemos observar
os planetas do nosso sistema solar, sabemos calcular quantos anos luz estamos
de distância de determinado ponto do universo e eu aplaudo a isso, pois é
fascinante. Mas ainda nos falta aprender o básico, como reciclar o lixo,
investir em saneamento, cuidar da fauna e da flora etc. Desejo que a humanidade
possa avançar ainda mais nas tecnologias para continuarmos com os olhos no céu,
mas sem esquecer que nossos pés estão aqui na Terra.
“Lá vem eles com suas
bandeiras
Suas armas e outras asneiras
Esses homens pássaros do
espaço
Será que eles vem só pra ver
Ou será que vem pra brigar?
Se for pra brigar, vão se ver
comigo
Ponho todos de castigo
Se eles pensam que podem
Fazer aqui em cima
O que fazem na Terra
Estão redondamente enganados
Aqui é o jardim do céu
Tomem muito cuidado
Que esse sol é uma rosa
Que esse azul é um gramado
Que essa lua é uma flor
Na madrugada
Quem foi que disse
Que eles podem vir aqui
Nas estrelas fazer xixi, xixi?”
Música: Xixi nas estrelas de
Guilherme Arantes
Disponível em: https://www.parquecientec.usp.br/saiba-mais/carl-sagan
Colunista:
Wana Narval
Cantora, pedagoga, licenciada em Música, mestre em Educação e escritora, é uma artista atuante na cidade de Piracicaba, participando de diferentes projetos culturais. Já cantou como back vocal com a dupla Cézar e Paulinho e foi vocalista na banda Opus, Falando da Vida, Revivendo. Intérprete versátil e eclética, domina diversos estilos musicais e canta em variadas línguas, atualmente integra a Banda Claro Cristal, Banda JáQue, Ternamente eclético, Casa de Noel, como a Mamãe Noel e o Duovox.
Instagram @wananarval
Email wanabackvocal@hotmail.com