
Espiritualidade, Religião e
Espiritualidade: sabe a diferença?!
Bom dia, caros leitores! Saúde e paz para nós!
Neste último fim de semana, em função de uma aula que ministrei, percebi
uma urgência em algumas pessoas por encontrarem ideias, teorias que validassem
suas visões espiritualistas de existência.
E a partir disso, pensei que talvez fosse interessante falarmos um pouco
sobre as diferenças entre espiritualidade, religião e religiosidade, conceitos
que podem ou não estar interligados e que ajudam muito nesta busca por uma
visão mais ampla de existência.
Religião é todo sistema de crenças organizado e que possui rituais,
símbolos e práticas próprios cujo objetivo é ajudar as pessoas a se
relacionarem com o sagrado, o divino ou o transcendente. Geralmente, as
religiões são praticadas por grupos que partilham das mesmas ideias/crenças e
cujas práticas podem ser em grupo ou individuais.
Já a religiosidade refere-se à vivência da Religião, diz respeito a como
vemos, pensamos e vivemos a experiência religiosa. Porém, vale lembrar que
posso ser religioso mesmo não frequentando um templo ou instituição religiosa,
pois aqui estamos nos referindo a práticas cujo objetivo é nos conectar com o
sagrado. Por exemplo: fazer novenas a santos, mesmo não sendo praticantes
católicos.
Espiritualidade é um conceito mais amplo e, no geral, refere-se à busca
de sentido e propósito de Vida. Além disso, espiritualidade tem a ver com como
nos relacionamos com o sagrado e/ou transcendente, com como nos conectamos com
a Vida, com os demais, com a natureza e conosco mesmos. Por isso, esse conceito
sempre está relacionado com sentido e propósito de Vida.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera espiritualidade uma
dimensão muito importante da Vida humana e que faz parte dos aspectos que dizem
respeito à qualidade de Vida. Isto porque, ter uma espiritualidade auxilia as
pessoas em momentos difíceis, de crise, de dor, a encontrar um sentido para o
sofrimento que estão vivendo. Apenas lembrando, viver espiritualmente pode ou
não envolver aspectos religiosos ou de religiosidade.
O importante é não acreditarmos que a única forma de vermos a Vida, em
qualquer aspecto, é pela via da razão, da materialidade! Há uma dimensão sutil
e profunda em cada um de nós que precisa ser reconhecida, pois é ela quem nos
permite ver a beleza das coisas e que nem tudo é exatamente como parece. Aliás,
posturas cada vez mais necessárias em tempos de tanta fake news e discursos
extremos!
Paz e bem a todos aqueles que se propõem a ver além do óbvio!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.