Para marcar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado na terça-feira, 3/12, a Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Semdettur), realizou a 2ª edição da Feira de Empregabilidade para Pessoa com Deficiência (PCD), que reuniu no Varejão Municipal do Centro 30 empresas que ofereceram mais de 160 vagas exclusivas para este público. Das 9h às 14h, 85 pessoas cadastraram seus currículos e fizeram entrevistas para as vagas disponibilizadas.

Conforme explicou o secretário da Semdettur, Euclides Libardi, o evento teve como objetivo promover a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho em Piracicaba. “Sabemos das dificuldades para um PCD conseguir o emprego e a Feira vem para facilitar esse acesso às vagas disponíveis. Porém, este evento acaba sendo muito mais amplo, pois mostra que as empresas não precisam somente contratar pessoas com deficiência, mas também que os seus colaboradores tenham conhecimento para conviver com uma pessoa com deficiência no seu dia a dia, seja ela cadeirante, com baixa visão ou audição, por exemplo. É importante destacar que o PCD tem a qualificação desejada para o cargo, porém, a empresa não tem estrutura para que este profissional tenha autonomia em sua função”.

Thiego Eduardo Pereira, tem 37 anos, é autista e foi um dos primeiros a chegar à feira com a intenção de conquistar uma vaga como auxiliar de produção ou repositor. Ele afirmou que está feliz pela oportunidade de mostrar seu currículo já que o evento facilita “muito a vida” de quem quer trabalhar. “Aqui as empresas estão todas perto e de portas abertas para nós. Ficar indo e vindo até as sedes das empresas para entregar currículo, depois para entrevistas, é muito complicado para nós e este feirão ajuda muito. Espero conseguir uma recolocação no mercado de trabalho ainda hoje”, disse.

Com deficiência visual, a mãe de Thiego também veio à Feira da Empregabilidade. Silvana de Fátima Pereira, de 56 anos, está desempregada e veio ao Varejão do Centro após muita insistência do filho. “Ele disse que seria importante participar então eu vim e estou até ansiosa. Tenho vários cursos como complemento, sou panificadora e confeiteira, mas também atuei muito tempo como serviços gerais. Estou pronta para qualquer vaga que surgir e se precisar realizar novos treinamentos e cursos, também vou fazer”, enfatizou.

Paula Perim, consultora de emprego no Centro de Reabilitação Piracicaba, destacou que o CRP participa do evento por meio do seu programa Empresa Inclusiva, recebendo currículos para fazer a ponte entre a pessoa com deficiência e as empresas por meio do seu banco de talentos que atende Piracicaba e toda a região. “A empresa inclusiva do CRP trabalha dando apoio à pessoa com deficiência à família e à empresa nessa contratação. Nós colaboramos para que esses adultos sejam autônomos, tenham sua independência financeira futura. Acreditamos também que a empresa precisa estar preparada para essa inclusão, então a gente oferece esse trabalho de apoio tanto na empresa com os gestores sensibilizando a equipe, como também nesse aos pais para que eles acreditem e apoiem seus filhos. No ano passado participamos e conseguimos dez contratações por meio de nosso banco de talentos”.

A estudante de administração Nathalia Maciel Cintra, de 35 anos, é deficiente auditiva e disse que sua experiência na feira foi positiva devido à disponibilidade de um intérprete de Libras. “Está sendo tranquilo com a ajuda fornecida pela organização da feira. Já tive experiências de fazer entrevistas em empresas em que não conseguiam me entender. Eles ofertam vaga mas não tem um time preparado para trabalhar com pessoas surdas, por exemplo. Hoje existem vários mecanismos para podermos trabalhar de forma igual as pessoas sem deficiência, mas é preciso que as empresas aceitem a pessoa com deficiência e que ela pode dar resultados iguais e, porque não, até melhores que os demais funcionários”, disse.

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