Por Rafael Bitencourt
O projeto “Corredor Caipira: Conectando Paisagens e Pessoas”, que tem patrocínio da Petrobras, inicia em 2024 a sua segunda edição, que ocorrerá pelos próximos quatro anos. Entre os objetivos, está implantar 50 hectares de florestas e agroflorestas e realizar a manutenção de 115 hectares de áreas na região de Piracicaba (SP).
Além disso, o “Corredor Caipira” fará o plantio de quase 90 mil mudas de árvores de espécies nativas. Serão realizadas, de maneira conjunta e integrada a esses processos de restauração ecológica, ações educativas voltadas às questões socioambientais e à conservação da fauna, além de iniciativas de políticas públicas locais e de comunicação.
O “Corredor Caipira” é realizado pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e pelo Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão Universitária em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo (Esalq/USP). O patrocínio é da Petrobras.
A iniciativa tem como área de atuação direta os municípios paulistas de Piracicaba, Águas de São Pedro, São Pedro, Santa Maria da Serra e Anhembi.
Implantação de 50 hectares e Manutenção de 115 hectares
Na etapa atual, que se estende até 2028, o projeto irá implantar 50 hectares de matas, que se somam aos 65 hectares implantados na primeira edição do projeto, realizada entre 2020 e 2022, totalizando 115 hectares onde serão feitos os trabalhos de restauração, monitoramento e manutenção.
“A prioridade para a restauração ecológica são as chamadas áreas de preservação permanente, como o entorno de nascentes e também margens de rios, córregos e outros cursos d'água”, afirma Edson Vidal, professor da Esalq/USP e coordenador geral do projeto “Corredor Caipira”.
Do total de implantações já realizadas, 15 hectares são de um Banco Ativo de Germoplasma (BAG) criado no território. “O BAG é semelhante a um pomar, em que as árvores são manejadas visando a produção de sementes, às quais serão destinadas à produção de mudas ou à restauração florestal, via semeadura direta. É uma ação que aumenta a oferta de sementes qualificadas para realizar o reflorestamento”, explica Vidal.
O projeto realizará ações de conservação da fauna, como a instalação de placas de sinalização e de armadilhas fotográficas – para monitoramento de espécies – e ações de educação ambiental focados nesta conservação.
Educação, políticas públicas e comunicação
Na área de educação, a iniciativa realizará diferentes ações. Serão seis cursos de formação, 32 atividades de formação (como oficinas e mutirões), oito oficinas com crianças e adolescentes e 6 oficinas de composição musical coletiva (focadas em temáticas socioambientais e culturais), além da implantação de área demonstrativa de restauração, agroecologia, agricultura urbana e soberania alimentar e da realização de evento temático sobre questões socioambientais e de direitos humanos no território.
Quanto às políticas públicas, será elaborado de forma participativa um plano emergencial de restauração ecológica, além de reuniões de articulação e da realização de fóruns para fortalecimento de redes e construção de políticas públicas.
Na área de comunicação, o “Corredor Caipira” também realizará uma série de ações, como a produção de minidocumentários, podcasts, publicações em redes sociais e realização de concursos de desenhos ou fotografias.
Corredor Caipira
O projeto “Corredor Caipira” tem como objetivo favorecer o estabelecimento de paisagens sustentáveis, por meio da conservação e da restauração ecológica; a gestão do território e a produção sustentável, tendo como destaque o fomento de corredores ecológicos que conectem, além das áreas com relevante importância para a manutenção da biodiversidade, saberes e políticas públicas relacionadas, a fim de promover sustentabilidade e melhores condições existenciais.
Corredor Caipira em números
2ª edição – 2024 a 2028
50 hectares de matas implantados
115 hectares de matas em que será feita a manutenção e o monitoramento
90 mil mudas de árvores nativas plantadas
6 cursos de formação
46 atividades de formação e oficinas
20 Reuniões de articulação de políticas públicas locais