Noventa e
cinco jovens de comunidades carentes capacitados para trabalhar na indústria e
32 deles já contratados. Este é o saldo do Projeto Indústria do Amanhã, que
está celebrando um ano. Trata-se de uma iniciativa do Simespi (Sindicato das
Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico,
Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras) e Sindicato
dos Metalúrgicos de Piracicaba e Região, em parceria com o Senai-SP, Diocese de
Piracicaba e projeto Exército de Formiguinhas.
Em 31 de
janeiro do ano passado, um grupo de 16 jovens da Comunidade Renascer assistia à
primeira aula do curso de auxiliar administrativo, no Senai Mario Dedini, que
teve quase quatro meses de duração. O objetivo do Projeto Indústria do Amanhã é
proporcionar formação profissional a jovens em situação de vulnerabilidade
social, a partir dos 16 anos. “Mais do que o aspecto social do projeto,
trata-se também de um caminho para formar mão de obra capacitada para as
indústrias, que têm dificuldade para encontrar profissionais, especialmente
para algumas funções do setor de produção”, explica Erick Gomes, presidente do
Simespi.
No ano
passado, além do curso de auxiliar administrativo, o Projeto Indústria do
Amanhã ofereceu outros seis cursos: ajudante de mecânico, almoxarife, soldador,
traçador de caldeiraria, caldeireiro montador e Power BI. Durante o curso, os
alunos receberam cesta básica, alimentação, uniformes com sapatos e EPI
(equipamentos de proteção individual), materiais, mochilas e transporte de
van. "Oferecer oportunidade de capacitação e gerar emprego faz parte
de alguns de nossos princípios. A iniciativa do projeto Indústria do Amanhã é
um grande passo. E para os próximos anos teremos mais jovens em formação e
inseridos no mercado de trabalho". afirma Wagner da Silveira, o Juca,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba e Região.
Idealizadora e
coordenadora do Exército de Formiguinhas, formado durante a pandemia de
Covid-19 para arrecadar e entregar cestas básicas aos moradores das comunidades
de Piracicaba, Débora Ferraz é o ‘elo’ entre as entidades realizadoras do
Indústria do Amanhã e os participantes. Coube a ela selecionar os jovens que
frequentaram os cursos ministrados no Senai-SP. “Posso resumir em uma única
palavra tudo o que sinto por esse projeto: gratidão. É um projeto que tem
começo, meio e não tem fim, pois estamos em contato sempre com os nossos
assistidos”, afirma Débora. Ela conta que, ao conversar com as famílias dos
jovens que já estão trabalhando, percebe a transformação e o impacto do projeto
sobre suas vidas. “Eles deixaram de ser frutos do meio para estar no meio de
todos, são acolhidos e respeitados e isso não tem preço, tem muito valor”,
afirma.
OPORTUNIDADE
Moradora da
comunidade Renascer, Rebeca Silva Souza, 18, está entre os 32 jovens que
conseguiram emprego depois da capacitação. “O projeto foi uma grande
oportunidade e procurei aproveitar ao máximo para aprender e me qualificar. A
dedicação me rendeu uma contratação pelo Simespi. Lá eu aprendo e me aperfeiçoo
todos os dias”, destaca a estudante, que acaba de ser aprovada no vestibular
para o curso de administração da Fatep.
A estudante
Rayssa Silva Souza, irmã de Rebeca, também fez o curso de auxiliar
administrativo e foi contratada por uma indústria fabricante de caldeiras,
localizada no Uninorte.
Uma nova programação para o Projeto Indústria do Amanhã está sendo elaborada para este ano e será anunciada em breve.
Foto: Alunos do curso de auxiliar administrativo, o primeiro realizado pelo projeto