Cada um é responsável por si!
Bom dia, caro leitor! Que você esteja
muito bem!
Hoje, gostaria de trocar algumas ideias
com você sobre como temos levado a nossa própria Vida em relação aos outros. Há
algum tempo reflito sobre isso...
Pois bem, minhas reflexões dizem respeito
a como as atitudes dos outros nos afetam. Você já parou para pensar que, na
verdade, o inferno não são os outros como é costumeiro ouvirmos por aí? Não, o
“inimigo” como dizem alguns, não mora ao lado e nem abaixo, lá nos quintos dos
infernos! Não, caro leitor, o inferno mora bem mais pertinho do que imaginamos:
dentro de nossas inseguranças e de nossos medos...
Na verdade, o problema é que temos muita
dificuldade em reconhecer que, muitas vezes, senão todas as vezes que perdemos
a paciência ou até a compostura por causa de alguém, o que acontece é que esse
alguém não tem nada a ver com isso. Pois é...
Quando nos propomos a olhar para as coisas
da perspectiva do outro, começamos a perceber que ele só está defendendo o seu
ponto de vista, só isso! Ainda que discordemos dele, convenhamos: por que ele
não pode ter uma opinião diferente da nossa? E ainda que ele queira nos
irritar, a pergunta é: por que nos irritamos?!
Pois é, caro leitor, em tempos de tanta
polarização de opiniões em tantos assuntos importantes, tantas guerras e
discussões – no trânsito, nos lares, nas instituições, entre amigos - tenho me
perguntado o que eu posso fazer para diminuir, por mínimo que seja, um tal
estado de coisas. Será que podemos fazer alguma coisa?!
E a resposta é sim! Podemos fazer,
e muito! Como?! Acredite, a resposta é simples, a execução da mesma, nem
tanto...
Em tempos de transição de eras, é
importante percebermos que somos atravessados, principalmente pela mídia, por
todo tipo de opinião, pensamentos, ideias, ideologias. E é necessário que seja
assim se quisermos um planeta que um dia tenha paz. Termos consciência das
inúmeras possibilidades que existem auxilia-nos a fazermos escolhas mais
conscientes e coerentes com quem somos. Então, apesar dos entrechoques cada vez
maiores entre iguais – somos TODOS humanos – a imensa quantidade de informação
é necessária até que aprendamos a escolher o que realmente nos convém e, mesmo
que o outro discorde, vivermos em paz.
E esta convivência pacífica começa dentro
de cada um de nós. Agir é diferente de reagir. Discordar é diferente de
discutir, brigar.
Quando me irrito, me desestabilizo com a
postura ou opinião do outro é porque eu estou tendo uma dificuldade com aquela
postura ou opinião diferente da minha! Eu é que não sei ponderar, refletir,
trocar. E talvez isto ocorra porque eu não me conheça. A autoconsciência, o
autoconhecimento é a chave para conseguirmos conviver, pacificamente, com o
diferente.
Nunca foi tão importante sabermos quais são
as nossas potencialidades e fragilidades. Enquanto não soubermos do que somos
capazes, o que é realmente importante para nós independente da opinião alheia, não
tivermos certeza do que nos dá tranquilidade e confiança, vamos nos sentir
ameaçados diante de qualquer ideia nova, diferente, desafiadora. E quem se
sente ameaçado tende a se defender.
Se confio em minha capacidade de
solucionar problemas, conflitos, se tenho fé em mim, no meu potencial, ouço o
diferente e não desejo me impor ao outro. A imposição, a agressividade, a
repressão são típicas dos inseguros que, por temerem ter que lidar com o novo,
se rebelam e querem impor suas ideias para assim, sentirem-se seguros.
Caro leitor, a paz começa em casa, na
nossa casa mental, dentro de nós e se estende para as nossas relações mais
próximas e, com o passar do tempo, a todos a nossa volta!
Nem sempre é fácil, pois precisamos querer
fazer diferente, querer sermos pacíficos, buscar nos conhecermos com
profundidade, enfrentando nossos medos, sem medo!
O meu maior motivador para trocar isto com
vocês foi por perceber que, apesar da minha incessante busca por me conhecer,
ser pacífica, os padrões da insegurança e às vezes até do medo dão as caras e
me fazem fazer algum barulho e uma certa confusão. Não me orgulho disso, mas
hoje, permito-me reconhecer que ainda não cheguei lá e enquanto não conseguir,
não desistirei!
Como eu disse, podemos mudar as coisas,
nos tornar mais tranquilos, seguros, pacíficos, mas fazer isso não é tão
simples porque depende de queremos nos rever, mudar, nos abrirmos para o
novo.
E aí, topa buscar novos ares? Olhar mais
para si mesmo? Mudar seus padrões?
No nosso próximo encontro, vamos falar
sobre esta abertura ao novo e, desde já, convido você a vir refletir comigo.
Até daqui quinze dias!
Paz e Bem ao seres de boa vontade!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.