Foto e Informações da Polícia Militar
Uma rede de prostituição infantil foi desmantelada após a intervenção da
Polícia Militar na manhã de domingo (28), em Piracicaba (SP). Após serem
acionados pelo Copom, a central de emergências da PM, pouco antes das 11h00, os
policiais foram direcionados para o atendimento de uma ocorrência de cárcere
privado na Rua Alarico Coury, ao lado da Prefeitura de Piracicaba, onde as
equipes das viaturas da 5° Companhia fizeram o cerco ao imóvel e averiguaram
toda a extensão da residência.
Segundo a PM, eles foram atendidos por uma mulher que se identificou como responsável pela casa. A moradora afirmou às equipes que a residência era uma república e negou haver qualquer situação que fosse de cárcere privado. Na sequência, ela autorizou a entrada da polícia para fazer uma averiguação mais detalhada do imóvel.
Foi nesse momento que os policiais perceberam que ali não se tratava de uma
república, mas sim de uma casa de prostituição, pois, constataram estoques de
bebidas alcoólicas, cartazes com os valores dos programas e fotos das garotas
distribuídas em forma de cardápios.
Na residência havia um homem que informou ser caseiro e junto com a mulher que
atendeu os militares e confirmou ser garota de programa detalhando que cobrava
o valor de R$ 200 por sessão e pagava uma taxa de R$ 50,00 para o dono do
estabelecimento. Com a configuração da prática de rufianismo, os policiais
decidiram conduzir todos os envolvidos à delegacia da Polícia Civil.
Inicialmente, uma das mulheres informou aos policiais ter 19 anos e apresentou
uma carteira de identidade que confirmava a idade, mas ao pesquisar o documento
a polícia notou que o documento era falso, sendo localizados outros seis
documentos com a foto dela e com outros nomes e dados alternativos.
Após a insistência das equipes, ela acabou confessando que seria menor de idade e por receio de represália, não queria informar a verdadeira identidade nem se ela própria havia confeccionado os documentos falsos ou se era material desenvolvido pelos responsáveis pela casa.
Enquanto realizavam as diligências, um veículo Renault kwid conduzido por um
homem passou em frente à residência e ao notar a presença policial, tentou
fugir da abordagem, mas não teve êxito e acabou sendo parado pelos policiais
que estavam do lado de fora após um breve acompanhamento.
O veículo era conduzido por um dos clientes do estabelecimento que trazia como
passageira, outra garota de programa, que informou aos policiais que estaria
retornando do último programa feito naquela noite e de que também teria de
pagar uma taxa de R$ 50,00 ao estabelecimento.
A garota também disse informalmente às equipes que não permaneceria fazendo programa por muito tempo pois havia engravidado no local e não teria qualquer assistência para seguir em frente com a gestação.
Foi dada voz de prisão às três pessoas abordadas, por rufianismo e exploração
sexual infantil, sendo todos encaminhados ao Plantão Policial de Piracicaba
para registro de boletins de ocorrências. A adolescente também acompanhou a PM.
Ao delegado de polícia, os suspeitos forneceram a qualificação do dono do
estabelecimento que atendeu a Polícia Militar por telefone, mas se recusou a
comparecer na delegacia. Uma das garotas disse à polícia que, além da casa de
prostituição, o proprietário também atua como agiota. As informações serão
investigadas pela Polícia Civil, uma vez que o proprietário foi indiciado.
Ainda no Plantão Policial, a polícia foi informada de que havia um
inquérito aberto de desaparecimento e exploração sexual infantil envolvendo a
adolescente que estava na residência. A denúncia de desaparecimento havia sido
feita pela sua mãe no município de Americana. Além do proprietário, os
administradores da casa de prostituição também foram indiciados e liberados. A
adolescente foi liberada à sua curadora, após assinatura de termo de
responsabilidade. Foram aprendidas máquinas de cartão, celulares, objetos e
notificações que comprovam a existência da casa de prostituição em
funcionamento na casa.