No próximo domingo, 5 de junho, será comemorado o Dia do Meio Ambiente. A data é uma forma de mobilizar a sociedade quanto à importância da questão ambiental e a compreensão do local onde as pessoas estão inseridas, em meio a uma série de problemas. Essa é a opinião dos especialistas do projeto “Corredor Caipira: Conectando Paisagens e Pessoas”, que tem patrocínio da Petrobras, e atua com ações de restauração florestal e educação ambiental no interior paulista.
O “Corredor Caipira” é realizado pela Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq) e pelo Núcleo de Cultura e Extensão em Educação e Conservação Ambiental (Nace-Pteca) da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/Universidade de São Paulo), com patrocínio da Petrobras. O projeto busca implantar 45 hectares de florestas e agroflorestas e formar corredores agroecológicos que conectam importantes fragmentos florestais no interior de São Paulo.
Entre os problemas apontados, está o baixo índice de 13,2% de vegetação nativa da área de influência direta do projeto, formada por cinco municípios. A porcentagem corresponde a 9% (12 mil hectares) em Piracicaba; 15% (4 mil ha) em Santa Maria da Serra; 16,5% (10,5 mil ha) em São Pedro e Águas de São Pedro; e 18,5% (13,5 mil ha) em Anhembi.
Com o baixo índice de vegetação, o projeto aponta que áreas importantes para a captação de água estão desprotegidas. Isso, somado às queimadas, pode levar a problemas de captação e crise hídrica.
“O solo sem vegetação florestal fica menos permeável, a água escorre mais superficialmente e, assim, ocorre erosão e assoreamento. Isso diminui a capacidade de estoque de água para o abastecimento público, o que resulta em crises hídricas que afetam diretamente a sociedade”, afirma Edson Vidal, professor doutor da Esalq/USP e coordenador geral do projeto.
Participação de 1.500 pessoas
Iniciado no final de 2020, o “Corredor Caipira” vem trabalhando na restauração de 45 hectares de florestas e agroflorestas e na criação de corredores agroecológicos que conectam importantes fragmentos florestais no interior de São Paulo. Além disso, são realizadas atividades educativas que, até o momento, já reuniram a participação de 1.500 pessoas.
“O projeto tem acionado pessoas chaves, como gestores das áreas ambientais nos municípios de influência direta do projeto e a população em geral por meio de cursos e oficinas, além da mobilização e apoio aos movimentos que atuam nas questões socioambientais do território e utilização das mídias”, explica Vidal, que afirma que as ações estão sendo bem acolhidas pela gestão pública.
Conservação da Mata Atlântica
O “Corredor Caipira”, já plantou cinco mil mudas nativas em três hectares e selecionou mais 30 hectares para iniciar o processo de implantação nos próximos meses. Para possibilitar a conservação genética e a instalação de um Banco Ativo de Germoplasma, a equipe do projeto coletou 45 mil sementes, a partir das quais foram produzidas mais de 14 mil mudas de espécies nativas.
“Um dos focos do projeto é a conservação da Mata Atlântica, bioma predominante na nossa região. É importante a população saber que, sem a Mata Atlântica e sem florestas nativas em geral, a tendência é que ocorram queimadas e incêndios com mais frequência, além do colapso no abastecimento de água e o comprometimento do reconhecimento quanto à importância da biodiversidade. Com isso, teríamos uma sociedade totalmente desconectada da questão ambiental”, diz Edson Vidal.
“É fundamental que a população conheça e entenda o seu entorno e o ambiente em que as pessoas estão inseridas, para, assim, compreender a importância das florestas e conservá-las. Essa consciência poderia evitar a grande maioria dos problemas citados”, completa o coordenador do “Corredor Caipira”.
SERVIÇO
Saiba mais sobre o projeto por meio das redes sociais: Facebook e Instagram (@corredorcaipira). O site oficial é www.corredorcaipira.com.br