O inesperado aconteceu: nem tudo será como antes?!

 

Bom dia, pessoal! Que estejam todos em paz!

 

Em tempos de retomada da vida após o auge da pandemia (que vamos lembrar, não acabou!), tenho percebido muita ansiedade e descontentamento.

 

Algumas pessoas, senão a grande maioria, esperavam retomar a vida exatamente como era antes. É claro que não me refiro àquelas pessoas que tiveram perdas de afetos importantes e ou ficaram com alguma sequela. As demais, numa expectativa compreensível, acharam que seria apenas uma questão de retomar o que faziam antes: trabalho, contatos, dia a dia, passeios, etc.

 

Mas parece que não é bem assim, o inesperado aconteceu: a pandemia diminuiu muito, as infecções já não causam tanto estrago como em 2020, mas nada voltou a ser como antes!

 

Algumas mudanças causam pequeno desconforto, como ainda usar máscara e ter que se acostumar com o novo hábito.

 

Há aqueles que por conta do isolamento tiveram que deixar de sair e ainda hoje não se sentem seguros para encontrar pessoas, reunir-se. E qual o problema?! O problema é que assumir que não quer encontrar os amigos porque ainda teme o vírus virou sinônimo de bobagem, de neurose e incredulidade para alguns!

 

Mas talvez a situação mais sensível se refira ao famoso home office que a princípio trouxe a sensação de solidão, a falta de encontrar os colegas no cafezinho, no almoço pra falar do resultado do futebol do final de semana, zoar com os colegas, se sentir parte do time. Hoje, muitos reclamam de ter que sair de casa para o trabalho! Para os que vivem nas cidades maiores, enfrentar o trânsito para ir e voltar do trabalho passou a ficar insuportável! E trabalhar de casa passou a ser desejável.

 

Trabalhar de casa permitiu apreciar almoçar com os filhos, ter mais tempo pra ver a lição das crianças, conseguir fazer academia, acordar meia hora mais tarde, etc E isto já não está mais sendo possível. Há quase um coro desesperado dizendo: “volta, home office!!!!”.

 

Isso tudo traz muita ansiedade às pessoas, principalmente saber que o modo de viver anterior já não faz mais tanto sentido! Descobrimos, de uma forma bem difícil, o quanto éramos tragados pelo excesso de trabalho, pelas cobranças por desempenho, metas, prazos quase impossíveis!

 

O que fazer então?! Eis a questão!

 

A primeira coisa a considerar é a impermanência de tudo, um antigo princípio budista. Nada dura ou vive para sempre! Nem os estilos de vida! As mudanças acontecem mesmo que não desejemos ou estejamos prontos para elas.

 

O próximo aspecto fundamental a refletir é: como lido com mudanças? Aceito ou brigo com elas? Tento ver o que elas trazem de positivo ou me debato, blasfemo, me agito inteiro para que nade mude levando à ansiedade e frustração?!

 

Se por um lado não precisávamos ter passado por uma pandemia como esta, desde que fôssemos mais conscientes do quanto interferir no equilíbrio ecológico só nos prejudica, por outro lado, o “caos” instalado por ela nos fez ver que a vida de antes também não era assim tão boa como parecia!

 

Muitos reclamam que ao olhar o momento atual, apenas veem o caos. O papel do caos é nos levar a novas formas de solucionar problemas, de estruturar as coisas, de viver! Se nada ou algumas coisas importantes da sua vida já não estão como antes, pense: será que não é uma ótima oportunidade de refazer tudo de maneira mais harmoniosa?!

 

O caos se instala quando o velho não serve mais e ainda não sabemos como será o futuro. Mas, é absolutamente possível olhar para o caos e se propor a reconstruir um caminho! Se você não tentar, corre o risco de decidirem por você o que é o melhor e, em breve, você estará descontente e ansioso novamente!

 

Como diz “o sábio” Lulu Santos:

Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa, tudo sempre passará!

 

E ele ainda nos lembra o essencial:

Não adianta fugir

Nem mentir

Pra si mesmo agora

Há tanta vida lá fora

Aqui dentro sempre

Como uma onda no mar

 

Há tanta vida lá fora e aqui dentro de cada um de nós! Transforme o inesperado em oportunidade de renovar-se! Garanto: você pode!

 

Que o novo se faça em você, é o que lhe desejo!

 

Paz e bem!

Bia Mattos

Psicóloga CRP 06/29269


Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos

Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.

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