Como atleta e professora de educação física sempre gostei de superar desafios, mas confesso que estar à frente do Fundo Social de Solidariedade de Piracicaba (Fussp) e participar da organização da 37ª Festa das Nações talvez tenha sido o maior deles. Sabia como era pesada a responsabilidade para mim e, consequentemente, para a atual Administração, afinal o evento não era realizado desde 2020, devido à pandemia do Coronavírus, e havia muita expectativa de que a Festa das Nações pudesse retornar com sucesso absoluto, garantindo inclusive sobrevivência de muitas entidades assistenciais do município que dependiam quase que exclusivamente da renda obtida neste evento para continuar de portas abertas.
A saída foi arregaçar as mangas e trabalhar pesado para auxiliar os realizadores da festa, representados pelo Fábio Sanches, presidente da Fenapi (Associação Festa das Nações de Piracicaba), com quem fiz dupla na promoção do evento e na sua divulgação, além de auxiliar Carlos Beltrame, secretário de Governo, pasta responsável por toda a organização. Recebemos apoio incondicional de todas as secretarias municipais, cada uma dentro das suas atribuições, se empenhando ao máximo para a construção de um evento ímpar. Também é preciso destacar o trabalho da Prefeitura no preparo do Engenho Central, a “casa da Festa das Nações”, para receber o evento, com a reforma da parte elétrica do espaço, que garantiu maior segurança para a utilização de equipamentos elétricos em todos os ambientes da festa, por exemplo.
Uma das coisas que mais me deixou feliz é que a Festa das Nações voltou a ser uma festa das famílias. Muitas pessoas me disseram que a atmosfera do Engenho Central estava especial nestes cinco dias, dando a impressão aos visitantes de que estavam passeando num local diferente. A minha família também abraçou a festa este ano, quando tive o privilégio de levar a minha mãe, sogra e filhos para participar conosco. A presença do Luciano também foi intensa. Ele esteve em todos os eventos oficiais e de bastidores, inclusive visitando os voluntários na cozinha de cada barraca, parabenizando-os pelo empenho e dedicação.
Basta dizer que durante os cinco dias de realização, mesmo com a presença recorde de 80.681 pessoas, tudo transcorreu de maneira normal, sem nenhuma ocorrência mais grave. Nem mesmo o clima mais frio ou as filas prejudicaram o andamento do evento. Prova de que os visitantes entenderam que aquela era uma festa filantrópica e muitas vezes apresentava algumas limitações. Quem foi à Festa das Nações deste ano o fez, antes de tudo, com o sentimento de solidariedade, motivo pelo qual só tenho a agradecer a todos que nos prestigiaram.
Não poderia deixar de mencionar também o trabalho abnegado dos voluntários. Centenas de pessoas que abandonaram o aconchego do lar para trabalhar pelo próximo, pois uma festa desta magnitude não se faz sem compaixão. Gostaria de lembrar que 30 voluntários foram cooptados pela plataforma PiraSolidária (pirasolidaria.com.br) para atuar na festa, seja servindo as pessoas, limpando, organizando ou vendendo. Um exemplo de que essa ferramenta, inédita o setor público, está aproximando as pessoas que querem ajudar das entidades que necessitam de ajuda.
Enfim, ao fazermos uma retrospectiva podemos ver que o resultado foi amplamente positivo. Os desafios iniciais foram vencidos e conseguimos ajudar as 22 instituições filantrópicas participantes, que atendem aproximadamente 30 mil pessoas em Piracicaba. No próximo ano, com certeza, teremos uma infraestrutura melhor e um caminho natural de crescimento a trilhar. Quem sabe se expandindo a área da festa, aumentando o número de entidades beneficiadas ou mesmo trabalhando com maior antecedência para conseguir ampliar o número de voluntários. Que venha a 38ª edição da Festa das Nações!
Andréa Cristina Alves Mattedi de Almeida é presidente do Fundo Social de Solidariedade de Piracicaba