A Luz que habita em mim, saúda a Luz
que habita em você!
Bom dia!
Que estejam todos bem!
No último domingo (15/05/2022),
comemorou-se o dia de Wesak ou Vesak. O significado desta data é muito
importante para os budistas, pois conta-se que os três grandes eventos da vida
de Sidarta Gautama, o Buda - nascimento, iluminação e deixar o corpo físico –
aconteceram numa lua cheia do mês de maio que, por este motivo, ficou conhecida
como a “lua cheia de Buda”.
Segundo sabedorias antigas, Wesak é um
momento muito significativo, pois acredita-se que através de Buda, do Cristo e
de santos de todas as tradições espirituais, Deus, a Grande Vida, o
Transcendente, chamemos como nos parecer mais adequado, envia bênçãos e
energias de iluminação ao planeta e a toda a humanidade. Além disso, somos
convidados a entrar em sintonia com tais energias, absorvendo-as e auxiliando a
propagá-las.
Esta história tão interessante traz em si vários
aspectos e gostaria de ressaltar alguns como possíveis pontos de reflexão.
O primeiro é a visão amorosa apresentada a respeito
do Transcendente ou Divino: energias de benção e luz são enviadas ao planeta
sem nenhum outro objetivo que não o de simplesmente fazê-lo pelo bem da
humanidade. Pergunto-me quantas vezes nos dispomos a agir de forma amorosa, sem
nenhum outro objetivo ou expectativa além daquele de levar bem-estar aos
demais...
Um segundo ponto que me chamou a
atenção foi a união de seres fundamentais a duas propostas religiosas totalmente
diferentes - Buda e Cristo, mais seres santos de todas as tradições para
abençoar a todos conjuntamente. E pensar que ainda hoje se desrespeita, se agride
e até se mata por diferenças religiosas. Em Psicologia Transpessoal, Buda e
Cristo são sinônimos de estados de consciência sublimes, plenamente amorosos. Será
que nos proporíamos de forma espontânea, a ampliar nosso potencial de dar amor
incondicionalmente?!
Há ainda o convite a nos conectarmos e
ajudarmos a propagar tais energias, o que entendo como um exemplo do mais puro
reconhecimento por parte desses seres iluminados de que somos capazes de agir
para além de nós mesmos, do nosso ego tão limitado e cheio de crenças,
preconceitos e apegos. Parece que o Transcendente vê em nós a capacidade tão
necessária nestes tempos contemporâneos, de contribuirmos para a construção de
relações corretas e justas, amorosas e desinteressadas entre nós. E você,
acredita nessa capacidade dos demais?!
E finalmente (não que não haja muitas
outras reflexões possíveis), a plena confiança desses seres de Luz de que
existem muitos de nós que se prontificariam a usar a sua vontade boa em prol da
humanidade! Roberto Assagioli, que sempre cito aqui, nos diz que a vontade é a
fonte das nossas decisões, escolhas e empenhos. É a vontade que nos permite
realizar as mudanças necessárias ou desejadas por nós, em nós mesmos e nas
circunstâncias à nossa volta.
Uma vontade boa significa nossa
capacidade de escolher metas e objetivos que sejam coerentes com o bem-estar
dos outros e da humanidade. Não devemos confundi-la com os desejos e vaidades
que tantos alimentam. A vontade boa refere-se a um propósito firme e seguro, é
uma força que quer ser boa, é a união da força e da bondade. Wesak nos lembra
que o Transcendente confia nessa nossa força generosa do coração humano, mesmo
que nós enquanto humanidade, muitas vezes duvidemos dessa essência positiva e
amorosa.
Que possamos olhar para os eventos
humanos, como as comemorações de Wesak, não apenas como curiosidades ou ritos
culturais, mas como oportunidades de reflexão sobre o imenso, maravilhoso e
plenamente amoroso potencial da alma humana!
Aceita o convite?!
Bia Mattos
Psicóloga CRP 06/29269
Colunista: Maria Beatriz da Silva Mattos
Psicoterapeuta, Supervisora Clínica, Orientadora Vocacional, Facilitadora nos Cursos de Pós-graduação em Psicologia Transpessoal da Unipaz São Paulo e Paraná. Autora dos livros Espiritualidade em Psicologia: Psicossíntese, uma Psicologia com Alma e Orientação Vocacional - Uma Proposta Transpessoal.